
David Solomon, CEO do Goldman Sachs, publicou nesta terça-feira um artigo de opinião no jornal francês Les Echos, apelando à União Europeia (UE) para reavaliar as suas regulamentações, que considera excessivas e onerosas para as empresas.
Solomon argumenta que a complexidade e a duplicação das obrigações regulatórias dificultam a atividade transfronteiriça e colocam a região em desvantagem face a economias como a dos EUA.
Com o título “A Europa tem de agir”, o líder do banco de investimento destaca no artigo que os vetos nacionais frequentemente bloqueiam reformas essenciais, enfraquecendo a posição económica e geopolítica da UE. Apela, por isso, à eliminação de estruturas ineficazes e à criação de pools de capital de longo prazo para impulsionar o crescimento económico.
Solomon também observa que a falta de uma união bancária e de mercados de capitais eficazes na UE contribuem para a fragmentação do sistema financeiro europeu.
A intervenção de Solomon sublinha a pressão crescente sobre os decisores políticos da UE para modernizar e harmonizar as suas políticas regulatórias, a fim de atrair mais investimento e melhorar a competitividade global da região.
Porém, o CEO revela-se otimista em relação ao Velho Continente: “Enquanto o nosso conselho de administração se reúne esta semana em Paris, este surto de otimismo parece-nos uma verdadeira oportunidade. À medida que a Europa avança para uma política de defesa mais concertada, ela ganharia em adotar a mesma lógica no terreno económico e financeiro, nomeadamente reduzindo as fricções entre os Estados e libertando todo o potencial de um mercado de capitais e de uma união bancária verdadeiramente integrados. Acredito que estão a surgir as condições para que a Europa retome o controlo”.
Segundo a Reuters, o Goldman Sachs, com sede em Londres, lidera em taxas de aconselhamento de fusões e aquisições na região EMEA e ocupa o segundo lugar em receitas de banca de investimento.