
Esta foi uma "reunião interessante, porque estando o Governo em gestão houve uma preocupação de estar atento às necessidades das empresas", salienta Armindo Monteiro à Lusa, acrescentando que além do ministro da Economia, também contou com a participação do ministro das Finanças "porque a parte tributária é muito importante".
"Houve uma preocupação de ter uma 'task force' forte para poder gizar um plano forte e abrangente e nesse sentido foi bom, porque temos que responder a isto de forma muito concertada porque o desafio é grande", argumenta.
Em termos de medidas concretas, o responsável aponta que "houve desde logo uma reação conjunta por parte da Europa", sendo necessária "diplomacia e negociação, próprio de qualquer guerra seja convencional e comercial".
Já no plano nacional, foi identificada a "necessidade de reforço dos planos de seguros de crédito às exportações", tendo em conta que já antes era necessária a internacionalização da economia portuguesa, defende.
"Precisamos de aumentar o valor das exportações e precisamos de diversificar os mercados de destino", reitera, apontando por isso que deve ser considerado o apoio para a diversificação de mercados e apoio para as linhas de crédito e para os seguros na atividade exportadora.
Já no que diz respeito ao IVA, Armindo Monteiro diz que a CIP não é favorável ao cabaz do IVA Zero, porque "não deve ser o Estado a escolher a dieta dos portugueses, o IVA aplica-se a grupo muito restrito de produtos e não é socialmente aceitável porque tanto é incentivo a quem tem poder de compra e quem não tem".
"Somos mais favoráveis a medidas que não prejudiquem a indústria", aponta, salientando por isso que "para aumentar e estimular a procura interna, uma forma seria reduzir o IVA da taxa máxima para a reduzida e aplicar-se a todos os produtos".
O Ministério da Economia vai reunir-se com 18 associações empresariais de diversos setores entre hoje e quarta-feira para avaliar "o impacto e as medidas de mitigação" das tarifas que o Presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou na quarta-feira, de 20% a produtos importados da União Europeia e que acrescem às de 25% sobre os setores automóvel, aço e alumínio.
As novas tarifas de Trump são uma tentativa de fazer crescer a indústria dos Estados Unidos, ao mesmo tempo que punem os países por aquilo que disse serem anos de práticas comerciais desleais.
As novas tarifas foram impostas pelos Estados Unidos sobre todas as importações, com sobretaxas para os países considerados particularmente hostis ao comércio.
MES (ALN) // JNM
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