
"A posição da França é de que estes ativos russos (...) pertencem, em particular, ao Banco Central da Rússia", afirmou Lombard à cadeia de rádio francesa France Info, sublinhando que não se trata de ativos "que possam ser capturados" porque isso "seria contrário aos acordos internacionais que a França e a Europa subscreveram".
A apreensão destes ativos pode criar "um precedente económico" e tornar os investidores cautelosos, sublinhou, por seu turno, o ministro francês dos Assuntos Europeus, Benjamin Haddad.
Os países da União Europeia já estão a utilizar os lucros dos ativos russos congelados para ajudar a armar a Ucrânia e financiar a sua reconstrução pós-guerra, o que representa um ganho de 2,5 a 3 mil milhões de euros por ano.
No entanto, a opção de confiscar os ativos russos foi até agora excluída, principalmente por razões jurídicas.
Em dezembro passado, a chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas, defendeu a utilização direta dos bens russos congelados.
Durante um debate na Assembleia Nacional Francesa, na segunda-feira, o ex-primeiro-ministro Gabriel Attal e outros deputados afirmaram ser a favor do confisco, que o chefe da diplomacia Jean-Noël Barrot excluiu, alegando "um risco financeiro demasiado grande"
Eric Lombard estimou também que a União Europeia "deve chegar a um acordo equilibrado" com os Estados Unidos sobre as tarifas aduaneiras.
"Temos negociadores que estão a jogar um jogo duro, e vamos jogar um jogo duro, mas (...) precisamos de chegar a um acordo equilibrado que proteja as nossas economias", disse Eric Lombard.
Donald Trump anunciou no final de fevereiro que a União Europeia - cuja razão de ser, segundo o presidente norte-americano é "lixar os Estados Unidos" - seria "em breve" alvo de um imposto de 25% sobre os seus produtos destinados ao mercado americano.
"Estamos em negociações duras com um governo americano que sabemos ser extremamente duro nas suas relações internacionais", disse Lombard.
O ministro da Economia francês informou que o seu homólogo do Tesouro americano, Scott Bessent, com quem se encontrou na quinta-feira, lhe tinha dito que se negociassem podiam "negociar em baixa".
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