O mercado global de fusões e aquisições "deverá atingir os 3,5 biliões de dólares (3,3 biliões de euros) até ao fim de 2024", o que corresponde a uma subida e reverte "a tendência de descida dos últimos anos", aumentando o volume das fusões e aquisições 7%, segundo a consultora Bain & Company.
Em Portugal as 90 operações atingiram 1,9 mil milhões de euros o que traduziu um recuo quer em número, quer em valor, para 1,9 mil milhões de euros.
O mercado global, inclui perspetivas sobre transações de mais de 300 agentes especializados em fusões e aquisições- nos EUA, Austrália, Brasil, Canadá, França, Alemanha, Índia, Itália, Japão e o Reino Unido - devendo o montante estimado para 2024 traduzir um crescimento de 15% face a 2023, que a Bain & Company diz estar "em linha com os níveis do meio da década de 2010".
Este ano, verificou-se "um aumento dos players que participaram em operações de M&A [fusões e aquisições] com recurso à Inteligência Artificial generativa", porque consideram que "o uso desta tecnologia permite poupar esforço, tempo e custos", afirma a consultora que sublinha ainda o facto de ano ter sido marcado pelo ajuste às novas realidades "das taxas de juro mais altas e ao intenso escrutínio regulatório".
A mesma fonte nota que os sectores com maior preponderância, de onde se destacam a manufatura e serviços avançados, e ainda a energia e os recursos naturais, recuaram ambos perto de 50%,
Em Portugal, duas das maiores operações nos primeiros onze meses do ano, foram First Sentier Investors / Auto Estradas do Douro Litoral, acima dos 400 milhões de euros, no terceiro trimestre, e a Amadeus IT Group / Vision-Box por cerca de 320 milhões de euros, no primeiro trimestre do ano.
2024 foi ano de mais recurso à IA
Em 2024, o recurso à utilização da Inteligência Artificial generativa foi maior e houve mesmo quem a convocou pela primeira vez para efetuar diligências. Quem o fez, segundo o estudo que será totalmente publicado em 2025, afirma que "a IA generativa reduz o esforço manual (mencionado por 79% dos utilizadores), acelera prazos (54%) e reduz custos (33%)".
Ganhos que se revelam sobretudo neste ano. "A pesquisa da Bain dá nota que um em cada cinco profissionais de M&A usou IA generativa para atividades de M&A este ano (acima dos 16% em 2023)", enquanto outros "16% tencionam usá-la nos próximos doze meses".