
"As autoridades nigerianas deram passos importantes para estabilizar a economia, aumentar a resiliência e apoiar o crescimento. Estas reformas colocaram a Nigéria numa melhor posição para lidar com o ambiente externo", pode ler-se num comunicado do FMI após as consultas anuais feitas à Nigéria no âmbito do artigo IV.
Para os técnicos do FMI, "as perspetivas macroeconómicas são marcadas por incerteza significativa", e o "sentimento de risco elevado global e preços do petróleo mais baixos têm impacto na economia nigeriana".
"As políticas macroeconómicas precisam de aumentar ainda mais as 'almofadas' [financeiras] e a resiliência, reduzir a inflação e apoiar o crescimento liderado pelo setor privado", acrescentam.
O chefe de missão do FMI para a Nigéria, Axel Schimmelpfennig, assinalou, como pontos positivos, que "o financiamento do défice orçamental por parte do banco central parou, os custosos subsídios ao petróleo foram removidos, e o financiamento do mercado cambial melhorou".
"Os ganhos ainda estão para beneficiar todos os nigerianos, uma vez que a pobreza e a insegurança alimentar permanecem altas", aponta.
O representante acrescenta ainda que as autoridades da Nigéria comunicaram ao FMI que "irão implementar o orçamento de 2025 de uma maneira adequada ao declínio nos preços internacionais do petróleo".
"Uma abordagem orçamental neutra ajudaria a política monetária a baixar a inflação. Para salvaguardar as prioridades essenciais de despesa, é imperativo que as poupanças orçamentais da redução do subsídio ao petróleo sejam canalizadas para o orçamento", considera Axel Schimmelpfennig.
O dinheiro deverá ser alocado para "proteger investimento crítico e potenciador de crescimento, enquanto acelera e aumenta a entrega de transferências de dinheiro no âmbito do programa do Banco Mundial para providenciar alívio para quem vive insegurança alimentar".
"Uma política monetária restritiva é necessária para baixar firmemente a inflação. A abordagem baseada em dados do Comité de Política Monetária serviu bem a Nigéria e ajudará a lidar com a elevada certeza macroeconómica", acrescenta.
O FMI sugere ainda que "anunciar um caminho de desinflação para servir como objetivo intermédio pode ajudar a ancorar expetativas sobre a inflação".
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