
"Exigimos uma fiscalização rigorosa do desempenho da CV Interilhas", empresa concessionária do serviço público, "com medidas concretas contra os incumprimentos" em relação ao serviço para aquela ilha, afirmou o deputado do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) Clóvis Silva, em conferência de imprensa.
O deputado pediu também "um plano urgente para a modernização e reforço da frota marítima, garantindo um serviço fiável e digno para a população".
O partido defende o cumprimento integral do contrato original, com a reposição das seis viagens semanais e da pernoite na Brava, e um diálogo aberto com a população para ouvir e respeitar as suas necessidades.
O deputado recordou que, pelo contrato assinado em 2019, a CV Interilhas deveria garantir seis viagens por semana e pernoitar na ilha.
Contudo, uma alteração feita em 2023 reduziu a frequência para apenas três viagens semanais e eliminou a pernoita.
"Esta mudança, que deveria ser temporária até à introdução de novos navios, revelou-se insuficiente e desrespeitosa para com os bravenses, que continuam a sofrer com a falta de um transporte marítimo digno e regular", disse.
Clóvis Silva referiu que, durante as festas de São João Batista, os atrasos e cancelamentos comprometeram as celebrações, obrigando artistas e emigrantes a desistirem do festival de música e gerando custos para o município.
"O festival de música, um dos pontos altos, não pôde acontecer a tempo porque o navio só chegou à Brava por volta das 02:00 da madrugada, obrigando a maioria das pessoas a regressar a casa. Este atraso gerou custos avultados para a edilidade, que investiu na organização do evento", acrescentou.
Há cerca de uma semana, duas dezenas de bravenses manifestaram-se para exigir melhores transportes entre as ilhas.
O primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, reconheceu, na última semana, os constrangimentos nas ligações interilhas, admitindo que aumentam a desconfiança no sistema de transportes, com impactos negativos a nível nacional.
Garantiu que o Governo está empenhado em resolver os problemas técnicos e operacionais e assegurar a regularidade do serviço.
Dois dos quatro navios da CV Interilhas sofreram acidentes, em fevereiro e abril, e permanecem fora de circulação.
RS // MLL
Lusa/Fim