
O ministério das Finanças do Reino Unido afirmou, nesta segunda-feira, que pretende tratar os pagamentos ‘buy now pay later’ (BNPL) como qualquer outro produto de crédito. O governo britânico quer garantir “direitos mais fortes e mais proteções” para os consumidores no mundo dos empréstimos desregulados, avança a Agência Reuters.
Estas regras adicionais ao BNPL surgem na sequência de várias alterações legislativas para crédito ao consumo, informa a agência de notícias. As empresas que facilitam este tipo de pagamentos costumam fazer pequenos empréstimos na hora que permitem parcelar os pagamentos ao longo do tempo.
Segundo as novas regras, as empresas que permitem pagamentos com recurso a BNPL vão ser obrigadas a fazer uma avaliação sobre a capacidade de os consumidores pagarem os seus créditos. Grupos de consumidores no Reino Unido já alertaram várias vezes para pessoas que entram em dívida através do uso de BNPL para pagar comida ou contas de energia, exemplificam.
O ministério garante que, a partir do próximo ano, as empresas de BNPL terão de seguir “padrões consistentes”, permitindo aos clientes “saberem precisamente no que se estão a meter quando optam por pagamentos parcelados, se conseguem suportar os custos e como obter ajuda quando corre mal”.
A secretária do Tesouro, Emma Reynolds, considera que estes pagamentos transformaram compras para milhões de pessoas, mas são um ‘wild west’ há demasiado tempo. No país, mais de 10 milhões de pessoas usa BNPL, que o governo acredita ser uma ferramenta útil para ajudar a gerir as finanças pessoais, quando usado de forma responsável.
O executivo britânico anterior tinha planos para regular o setor já em 2023, tendo afirmado na altura que o BNPL era um potencial perigo para os consumidores sem averiguações sobre a capacidade financeira dos mesmos. Mais de dois milhões de pessoas começaram a usar pagamentos parcelados desde 2022, de acordo com o governo britânico.