A Sonae investiu um valor recorde de 1,6 mil milhões de euros nos últimos 12 meses, o que equivale a uma média de 4,4 milhões de euros por dia. Na apresentação das contas do grupo, esta quinta-feira, a presidente executiva, Cláudia Azevedo, destaca o “crescimento robusto em todos os negócios do grupo” e, no caso da MC, dona do Continente, sublinha “um desempenho impressionante”.
Desde janeiro, o investimento em aquisições soma 1,071 mil milhões, verba que contempla a Musti, líder no retalho de produtos para animais de estimação nos países nórdicos, a Arenal/Druni (retalho de beleza e bem-estar) e a BCF Life Sciences (ingredientes para a indústria de nutrição), entre outras. O valor contempla, ainda, a expansão e remodelação do parque de lojas da MC.
Entre janeiro e setembro, a Sonae viu o volume de negócios engordar 15%, para 7 mil milhões de euros, “impulsionado pelo crescimento dos negócios de retalho, que reforçaram as suas posições de liderança, e pela inclusão no portefólio da nórdica Musti e da espanhola Druni”.
Internacionalização puxa pelos lucros
Quanto aos lucros, cresceram 11%, para 149 milhões de euros, a refletir “a robusta performance operacional dos negócios, os fortes investimentos realizados e o crescente reforço da internacionalização”, indica a empresa em comunicado enviado à CMVM.
O EBITDA consolidado cresceu 22%, para os 706 milhões de euros, a beneficiar do desempenho dos negócios de retalho e de telecomunicações, assim como da integração dos novos negócios.
Na análise por áreas de negócio, a MC (retalho alimentar) “continuou a apresentar um forte desempenho operacional e financeiro” apesar de lidar com “um contexto altamente competitivo”, diz a empresa. Para a Sonae, a conclusão da fusão entre a Druni e a Arenal representa um “um marco importante” que posiciona o grupo como líder ibérico em saúde, bem-estar e beleza”, já com presença em 770 locais em Portugal e Espanha.
Em números, isto traduz-se em vendas de 5,384 mil milhões de euros no período em análise e, “numa base comparável, o volume de negócios cresceu 6,3% no terceiro trimestre e 7,3% desde o início do ano, evidenciando a capacidade da MC de impulsionar o crescimento de volumes e reforçar a sua quota de mercado num ambiente altamente competitivo”
Sobre o futuro, o objetivo é manter a MC “focada em fortalecer as suas posições de mercado (...) e em executar uma ambiciosa estratégia de investimento em toda a Península Ibérica”, indica.
Worten tem 16% das vendas no online
No retalho de eletrónica, a Worten fechou setembro com vendas de 942 milhões de euros (+7%), ou de 3,5% numa base comparável, muito sob o impulso do “forte dinamismo no canal online, onde as vendas subiram 18% no terceiro trimestre e 15% em nove meses, representando agora cerca de 16% do total de vendas”.
No novo negócio dos cuidados para animais, a Musti reporta um crescimento de 1% nas vendas entre julho e setembro, para os 112 milhões de euros, com o EBITDA ajustado a atingir os16,5 milhões de euros.
No setor imobiliário, a Sierra “continuou a executar a sua estratégia na área dos serviços e fez progressos significativos na sua carteira de projetos existentes”, reportando um aumento de 5,2% nas vendas dos lojistas e taxas de ocupação na ordem dos 98%.
No segmento dos serviços, a estratégia da empresa continua a ser de diversificação e, na atividade de desenvolvimento, o grupo refere “progressos em cinco projetos em construção e uma execução bem-sucedida das suas estratégias de comercialização”.
No final de setembro, resultado líquido da Sierra aumentou para 65 milhões de euros (+19,8% em termos homólogos), tendo como motor o “sólido dinamismo no portefólio europeu de centros comerciais, melhores resultados nas vendas de propriedades e avaliações mais favoráveis ao nível do resultado indireto”.
“Novas conquistas” prometidas até ao final de 2024
Nas telecomunicações, a NOS aumentou a sua quota de mercado, com as receitas consolidadas a crescerem 6,1% em termos homólogos, impulsionadas por um aumento de 6,3% em telecomunicações e pelo desempenho nos negócios de exibição cinematográfica e audiovisuais. O EBITDA consolidado cresceu 6,3%, para os 213 milhões.
Para as contas consolidadas da Sonae, os resultados pelo método de equivalência patrimonial da NOS atingiram 70,9 milhões de euros nos 9 meses em análise.
Face aos resultados obtidos e olhando para o futuro, Cláudia Azevedo afirma que continua “confiante na capacidade de manter esta trajetória de crescimento e de exceder os objetivos”.
“Acredito firmemente que o resto do ano trará novas conquistas e um impacto positivo para todos os nossos stakeholders”, conclui.