Depois de conhecida a decisão da administração da Trust in News (TiN) de que não se vai opor a que a empresa vá para insolvência, os trabalhadores do grupo que detém as revistas “Visão”, “Exame” e “Caras” reuniram-se em plenário esta segunda-feira para discutir a sobrevivência da empresa. Os funcionários pedem aos leitores, aos anunciantes e a potenciais investidores que “ajudem a manter os títulos jornalísticos da TiN e a salvar os postos de trabalho”.

“Os trabalhadores da Trust in News não vão baixar os braços e decidiram tornar pública a sua luta face ao imobilismo da administração, ao aumento da dívida, ao perpetuar dos salários em atraso, ao chumbo do Processo Especial de Revitalização (PER) e à iminente insolvência”, referem em comunicado.

Os trabalhadores pedem também o pagamento da totalidade dos salários e dos subsídios em atraso, em particular, de “alguns salários de setembro, salários de outubro, subsídios de férias, cinco subsídios de alimentação”. Exigem, igualmente, “a partilha, com caráter de urgência, de toda a informação disponível sobre o projeto de recuperação da empresa que pretende apresentar aos credores, no seguimento do pedido de insolvência por recuperação”.

Os funcionários referem ainda que decidiram agendar ações de protesto que têm como objetivo “sensibilizar a sociedade civil e o poder político para as dificuldades que enfrentam todos os dias e para a importância de salvar todos os títulos”.

Tal como o Expresso noticiou, uma das principais dívidas da TiN é à Autoridade Tributária (AT), correspondente a 25,19% do total - 8,1 milhões de euros. Já ao Instituto da Segurança Social as dívidas são de 8,9 milhões de euros, o que corresponde a 27,84% da dívida total.

A empresa tinha como objetivo pagar as dívidas à AT e à Segurança Social em 150 prestações mensais, durante 12 anos e meio, mas ambas as instituições reprovaram esta intenção.

Ainda na lista de credores estão o grupo Impresa, proprietário do Expresso e da SIC, a quem a TiN comprou o negócio das revistas em 2018 e acumula uma dívida de 4,1 milhões de euros, o Novo Banco (com uma dívida de 3,5 milhões de euros) e o BCP (711 milhões de euros).