Rios Revueltos - Segundo Encontro Hispanoluso de Poesia, Literatura, Pintura e Música decorre 'In memoriam Celeste Caeiro', conforme o programa hoje divulgado pelos dois municípios da região de Sevilha e o coletivo artístico Desde las Márgenes.

Para os organizadores do encontro, impõe-se "a homenagem a Celeste Caeiro", a mulher que deu nome à Revolução portuguesa, com o "simples gesto" de distribuir cravos "pelos militares que derrubaram a ditadura", em 25 de Abril de 1974, "tornando-se um ícone de liberdade e resistência".

Celeste Caeiro, conhecida por Celeste dos Cravos, morreu no passado dia 15 de novembro, aos 91 anos. O seu gesto ganhou dimensão internacional ao ser noticiado por publicações como The New York Times, The Economist e El País, tendo sido reconhecido com a Ordem da Liberdade, pelo Presidente da República, e com a Medalha de Honra da Cidade de Lisboa, depois de celebrado ao longo dos anos por iniciativas da sociedade civil, de escolas a estruturas culturais.

O Segundo Encontro Hispanoluso de Poesia, Literatura, Pintura e Música realiza-se de 28 a 30 de março, reunindo poetas, artistas plásticos e músicos de Portugal e Espanha, "num espaço de convivência e intercâmbio artístico", com o objetivo de "consolidar o vínculo" entre os dois países.

Este segundo encontro "ampliará a programação com recitais poéticos, apresentações literárias, exposições e concertos, em diversos cenários das duas localidades" vizinhas da Andaluzia, que têm "o rio Guadalquivir como elemento de união e inspiração", indica o comunicado conjunto hoje divulgado.

Entre os escritores participantes contam-se Alba Madero Milla, Emílio Ballesteros, Fernando Cabrita, Manuel Moya, Pedro Jubilot, Pepe Palma, Raquel Zaragoza e Sofia Correia. Os concertos contam com músicos como o guitarrista Octávio Silva, a cantora Rosario Solano e o agrupamento de flamenco Peña Cultural Mazaco.

A programação do último dia inclui um recital de "poetas hispanolusos", uma sessão dedicada a Fernando Pessoa e outra ao festival Poesias do Mundo, de Loulé, que encerra o encontro.

As atividades são abertas ao público "para fomentar a participação cidadã e a aproximação à arte e à cultura nas suas múltiplas formas".

A organização do Encontro Hispanoluso procura estabelecer "uma torrente de arte e cultura, unindo as águas do Guadalquivir e do Guadiana num caudal sem fronteiras", "para celebrar a riqueza artística partilhada entre Espanha e Portugal".

O Encontro Hispanoluso de Poesia, Literatura, Pintura e Música é organizado pelos municípios de La Puebla del Río e Coria del Río, com o coletivo andaluz Desde las Márgenes.

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