
Mais de 70 antigos concorrentes do festival da Eurovisão, entre eles os portugueses Salvador Sobral, António Calvário, Fernando Tordo, Lena D'Água e Rita Reis (das Nonstop), assinaram uma carta aberta onde pedem à União Europeia de Radiodifusão (UER) para que exclua Israel da edição de 2025 da competição.
Os signatários acusam a emissora israelita KAN de ser “cúmplice do genocídio contra os palestinianos em Gaza”, motivo pelo qual exigem a sua exclusão. A carta acusa, ainda, a UER de ter “dois pesos e duas medidas”, tendo em conta que a Rússia tem estado afastada do evento desde 2022, após a invasão da Ucrânia.
A carta foi publicada em conjunto pela organização não-governamental Artists For Palestine e pelo movimento BDS, que apela a um boicote económico e cultural do estado de Israel. “Acreditamos no poder unificador da música, e é por isso que nos recusamos a permitir que seja utilizada como ferramenta para encobrir crimes contra a humanidade”, pode ler-se.
Os signatários deixam ainda duras críticas à UER por ter permitido a participação de Israel na edição de 2024, que apontam como tendo sido “a mais politizada, caótica e desagradável” da história do concurso.
A edição de 2025 do festival da Eurovisão terá lugar em Basileia, na Suíça, de 13 a 17 de maio. A Moroccanoil, empresa israelita de produtos de cosmética, é um dos grandes patrocinadores do evento. O estado de Israel terá como representante o cantor Yuval Raphael, sobrevivente do ataque do Hamas ao Festival Nova, a 7 de outubro de 2023, que deu início a nova guerra em Gaza.