Em declarações exclusivas à sua revista VIP, Pedro Chagas Freitas falou sobre tudo aquilo que sentiu durante os últimos meses em que viveu com a doença do filho Benjamim.
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“Escrevi por desespero”
Questionado sobre se o desejo de libertar emoções foi o que fez com que escrevesse os “desabafos” diários durante o internamento do filho, o autor português começou por dizer: “No começo, escrevi por desespero. Era urgente um dador. Tínhamos de encontrar alguém. Conseguimos um rapidamente. A Carla. Uma conhecida que se tornou amiga. Telefonou para o hospital porque não lhe respondíamos às mensagens, aos telefonemas. Não desistiu. A Carla fez centenas de quilómetros para ser dadora, organizou a sua vida para ser dadora. Desorganizou a sua vida toda para salvar a vida do meu filho. Sempre a sorrir, sempre sem hesitar. Que gigante. Há pessoas tão grandes, não há?”.
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“Doía muito, mas era necessário”
“Depois, quando sentimos o mar de pessoas que estiveram disponíveis para ajudar, senti uma dívida de gratidão para com cada uma delas. A partir dali, a partir do momento em que tantos milhares de pessoas se mostraram prontas a doar uma parte do seu corpo para salvar o meu filho, não poderia deixar de lhes agradecer da maneira que podia: dando-lhes notícias dele, nossas, de um dia após o outro. Doía muito, mas era necessário. Era o mínimo que poderia fazer por tanta gente, por tanta energia boa, por tanta vida que nos foram dando”, explicou ainda.
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“Estive falido de mim muitas vezes”
“Foi arrepiante sentir o que sentimos. No meio daquele caos, era a luz que chegava. Precisávamos, como náufragos, de algumas boias destas: que nos mantivessem à tona. Por isso, escrever foi, para mim, um agradecimento e uma libertação: escrevo para saber quem sou. Ali, mais do que nunca, foi isso o que aconteceu: ao formalizar, ao passar para palavras o que sentia, ou o que pensava sentir, estava a saber mais de mim, de quem era, dos meus limites, das minhas falhas, das minhas insuficiências, das minhas falências, talvez. Estive falido de mim muitas vezes, afundado em algo que não sabia o que era, de onde vinha”, rematou.