Emocionada, Mariza partilhou o seu lado mais pessoal e recordou o AVC sofrido pelo pai no início do ano. Numa entrevista concedida a Manuel Luís Goucha, este quarta-feira, 13 de novembro, a fadista falou sobre o facto do progenitor se encontrar atualmente num lar e não conseguiu conter as lágrimas

O meu pai teve um AVC brutal em janeiro. Toda a vida disse: ‘Eu nunca vou pôr os meus num lar. Isso não pode acontecer, eu não admito… Eu vou cuidar até ao fim”, começou por contar.

“Quando ele teve isto, eu não larguei. Eu não concebia dentro da minha cabeça que o meu pai deixasse de existir. Levá-lo e ter de tomar a decisão de que ele tinha de ir para um lar, ter alguém para cuidar dele… Nós vamos lá todos os dias, mais a minha mãe. A mim, às vezes, custa-me tanto, doí-me a alma (…) Se fosse possível, ele estava em casa. Não é possível porque [o AVC] deixou algumas sequelas”, notou.

Comovida, Mariza lembrou ainda as conversas que sempre partilhou com o progenitor. “O meu pai era o homem com quem eu sentava e falava sobre tudo (…) Ele tinha sempre uma palavra incrível”, recordou.

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Há pouco tempo precisei de um conselho profissional e percebi que ele já ‘não estava’. Ele está, mas não está. Ele não existe. Acho que eu não sei viver com isso. Todos os dias me castigo porque ele não devia estar ali, todos os dias acho que devia ter sido melhor filha, desabafou, em lágrimas.

“Eu vivo por eles. Isto tudo é uma batalha que eu divido com eles. Isto deixa de ter sentido, então uma parte de mim anda triste (…) Há tantas coisas que eu canto e que imagino: ‘Se ele estivesse aqui a ver como seria?’(…) Se eu não cantasse era terrível”, completou, destacando a importância da música neste momento delicado da vida familiar.