Com a morte do Papa Francisco, aos 88 anos, a escolha do seu sucessor é imperativa - e já existem alguns favoritos para ocuparem o lugar mais importante da Igreja Católica, entre eles um português. Chama-se José Tolentino de Mendonça, tem 59 anos e chegou a substituir o Papa numa missa no Vaticano quando este foi internado para tratamento de uma bronquite.

O cardeal português está entre os 22 lugares da lista restrita Cardinalii Collegii Recensio (O Colégio dos Cardinais: uma resenha, em português), uma plataforma online, criada por uma equipa de jornalistas e especialistas em assuntos do Vaticano, para ajudar na votação. Esta é "a primeira iniciativa deste tipo e responde aos pedidos de tal recurso pelos cardeais, clérigos e leigos". É importante referir também que quatro portugueses podem eleger o próximo Papa.


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Mas, afinal, quem é Tolentino de Mendonça?


Poeta, teólogo, filósofo e professor. É assim que se apresenta na sua conta de Instagram com quase 70 mil seguidores. Tolentino nasceu no dia 15 de dezembro de 1965, em Machico, na ilha da Madeira, viveu em Angola até aos nove anos, entrou no seminário aos 11 anos e escreveu o primeiro poema aos 16 anos. Para José Tolentino Mendonça, que foi vice-reitor da Universidade Católica Portuguesa entre 2012 e 2018, "a poesia é a arte de resistir ao seu tempo”.

É padre desde os 24 anos e sobre a sua vocação religiosa disse que foi "uma coisa da juventude, inconsequente, imprudente, inesperada, que eu procuro manter. Ser padre é (...) aceitar a pobreza como uma condição. E a pobreza é uma coisa chata de viver. É achar que isso pode ser uma forma de dizer alguma coisa ao seu tempo".


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Em Roma, onde estudou Ciências Bíblicas, é conhecido como "o cardeal poeta" porque o Papa Francisco lhe disse "tu és poesia" após ter sido investido cardeal no Vaticano, em 2019. No dia 26 de setembro de 2022, o Sumo Pontífice nomeou Tolentino Mendonça (que até então era arquivista e bibliotecário do Vaticano) como Prefeito do Dicastério da Cultura e Educação da Santa Sé.

Embora os seus livros tenham sido distinguidos com vários prémios, não se livra de alguma controvérsia. Ligado à ala progressista da Igreja, Tolentino de Mendonça - distinguido com o Prémio Pessoa 2023 - simpatiza com abordagens heterodoxas e tolerantes à homossexualidade, embora nunca se tenha manifestado publicamente contra o ensinamento da Igreja nesta área. É considerado "heterodoxo e modernista, com talvez um impulso revolucionário ainda maior do que Francisco".