Quase dois anos depois, Raquel Madeira, mãe da cantora Claudisabel, continua a viver um período de luto intenso e muito difícil, desde o trágico dia em que a filha perdeu a vida, num acidente na A2.
Esta segunda-feira, 30 de setembro, a progenitora da artista esteve a ser entrevistada por Manuel Luís Goucha, no programa das tardes da TVI, onde contou, pormenorizadamente, a forma como tem vivido nos últimos tempos.
"Costumo dizer que [estou a] viver sem viver. É pior que sobreviver. Estou a viver sem ter vida, porque ela era a minha vida", começou por salientar.
"Se eu não tivesse a minha loja, já tinha morrido. O trabalho, o contacto com as pessoas... tenho o espaço há 23 anos, tenho clientes que me acompanham desde o início, amigas com quem já faço desabafos. É o que me tem salvado", disse de seguida.
Mãe de Claudisabel faz novo desabafo: “Morri com ela naquela estrada”
Ainda assim, Raquel Madeira garante: "Agora é o frio, é a solidão, é o vazio. (...) Ela era a minha vida. Tudo era feito em função dela, e do seu sonho. (...) Eu disse na altura que estaria a fazer três lutos: o luto da loja [de estética de Claudisabel], o luto dos espetáculos, e o luto da minha filha".
Segundo a própria, foi "morrer no mesmo dia" que a filha. Raquel não esconde, por isso, o "ódio e raiva" que guarda para com o "assassino da filha", neste caso, o homem que embateu no seu carro na autoestrada, junto a Alcácer do Sal.
"Já devia estar preso há muito tempo, mas infelizmente as leis deste país permitem que continue a trabalhar, porque nem suspenso foi", adianta.
"Como é que é possível uma pessoa que mata e nessa mesma noite vai para casa deixando essa pessoa morta aos pedaços em cima de uma pedra para ser autopsiada?", questiona, por fim, a entrevistada.
O condutor, note-se, foi acusado pelos crimes de homicídio por negligência e condução sob o efeito de álcool.