Teve início em 1948 com o objetivo de angariar fundos para o Costume Institute, mas com o avançar dos anos o Met Gala tornou-se num dos mais luxuosos do mundo e é até considerado, por muitos, 'a joia da coroa' social da cidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos da América.

A mais recente edição do também conhecido por Met Ball, presidida por Anna Wintour ocorre anualmente no Metropolitan Museum of Art e este ano, 2025, não foi diferente.

Como seria de esperar, na noite desta segunda-feira, 5 de maio, a exclusiva passadeira vermelha estendeu-se para os inúmeras celebridades de diferentes áreas, mas como é comum, houve um código de vestuário a respeitar.

O desta edição foi o dandismo negro, com o mote Superfine: Tailoring Black Style, algo como Impecável: Confecção do Estilo Negro, em português, baseado no livro Slaves to Fashion: Black Dandyism and the Styling of Black Diasporic Identity, tal como se pode verificar na galeria imediatamente abaixo.

Mas o que é isto do dandismo negro?

O site do Fama Show explica. Trata-se de um movimento de contracultura na moda masculina no século XVIII. Ou seja, os homens negros, escravizados, apropriaram-se de elementos de alta costura utilizados pelos brancos para impor a sua identidade não só como indivíduos, mas também como um todo, um grupo.

Segundo o site Primeiros Negros, o dandismo negro é uma dinâmica cultural e estética no qual os "negros adotam uma postura de elegância e comportamento aristocráticos". A figura de um dandi negro, inclusive, emergiu como um modelo de liberdade para a diáspora africana.

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A mesma publicação esclarece ainda que os dandi negros, ao juntarem a elegância e sofisticação com a irreverência e personalidade, "desafiavam ideias da masculinidade e feminilidade, agressividade, sexualidade e raça", pondo em cheque "todo e qualquer estereótipo".

Além disto, confrontavam ainda as normas sociais que os bloqueavam, bem como as expectativas raciais da época, contrariando o passado de escravidão.

Assim, vestirem-se com elegância era uma forma de protesto silencioso contra o racismo. Além da afirmação de identidade e dignidade, também uma clara forma de resistência.