
Com a vida dedicada ao trabalho, desde que saíram da Casa dos Segredos 8, Renata Reis e Maycon Douglas fazem questão de estar sempre juntos. Ela mudou-se para a Nazaré, para a casa da sogra, com quem tem uma relação feliz, e ele acompanha-a ao Norte sempre que ela lá vai e é bem recebido pelos avós e pela mãe da namorada.
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Apesar de para muitos ser impensável, a relação dos dois ex-concorrentes vai de vento em popa. A TV 7 Dias esteve com o casal na Nazaré, a vila que acolheu Maycon, e presenciou a cumplicidade que os une. “Na casa, eu via nos pequenos detalhes que nós nos dávamos muito bem, temos muita coisa em comum, rimo-nos muito, havia momentos muito felizes. Se não os tivéssemos, eu não tinha insistido. Sentimento sempre houve, gostava muito dele, e eu via que ele gostava muito de mim. As nossas discussões eram sempre por opiniões de jogo. Sabia que, ao chegar cá fora, as coisas iam ser mais fáceis… e tinha razão”, ri-se, olhando para o namorado, que diz que “sabia mais ou menos o que ela estava a fazer. Por isso é que nunca tornei nada oficial, precisava de chegar cá fora e ter a certeza disso, se dava para enquadrar a vida de um e de outro. E tive a certeza”.
A relação está mais do que assumida e aprovada por toda a família, mas a jovem ainda espera pelo pedido de namoro. “Eu sou uma mulher que gosta destes atos e destas declarações”, afiança a ex-concorrente. Maycon garante que está tudo planeado e que está apenas à espera do momento certo. “Quando acontecer vão perceber porque ainda não aconteceu. Sou sempre a favor de pedir em namoro, fica sempre bem”, diz, sendo interrompido por Renata, que afirma que “é um momento bonito e importante. É o assumir de um compromisso a que eu dou muito valor. Sempre vi muito estes momentos do meu avô com a minha avó, dos anéis, de cavalheirismo. Não vou deixar de estar com ele se não acontecer, mas é algo a que eu dou muito valor”.
Os dois têm vários planos para o futuro e passam por ter uma casa própria e formar uma família. Resta escolher o local, que será ditado pela vida profissional de ambos. “Temos muita coisa para acertar, depois de as coisas estarem encaminhadas… O objetivo é ter uma casinha. Quero muito a minha mãe por perto”, diz Maycon. Renata responde logo de seguida, com a sua gargalhada característica: “E os meus avós. É justo.” Maycon ri-se e completa que está “a fazer conta de trabalhar o suficiente para o conseguir, já antes era um objetivo. Agora com mais trabalho, acredito que consiga uma casa para ter a minha mãe comigo num cantinho só dela. Sou um filhinho da mamã. A minha mãe acabou por ser tudo, mãe, pai, avós, tios, tudo o que eu precisasse. Foi uma mulher guerreira, que veio para Portugal com um filho e moveu tudo só para eu estar bem”.
Renata Reis quer muito ser mãe e afirma que desde sempre pensou em ter três filhos. Já Maycon brinca e diz que só quer dois. “Ele gosta muito de crianças. Se nós tivermos essa estabilidade emocional, financeira… acho que ele não se vai importar de ter três”, defende Renata. O jovem olha para a namorada com um olhar meigo e admite que ser pai está no seu horizonte e que o será quando conseguir “ter uma vida muito estável”. “A minha mãe sempre me deu tudo, mas trabalhou muito, muito. Eu vi a minha mãe trabalhar horas e horas para poder pôr as coisas em casa e nunca se queixava. Não quero que os meus filhos me vejam a trabalhar assim, muitas das vezes eu sentia culpa por ver a minha mãe a trabalhar assim.”
Pais ausentes
Tanto Renata Reis como Maycon Douglas cresceram sem a presença do pai. A história de ambos é semelhante e por isso compreendem o que é lidar com a ausência e o abandono da figura paterna.
“Não temos ligação. Nunca me fez muito sentido falar do meu pai. Os meus pais separaram-se quando eu tinha dois anos, depois aos 11 anos ele procurou-me novamente. Percebi que era mais uma procura da minha parte e que foi ao longo de um processo judicial”, explica a agora comentadora do Desafio Final, referindo-se a questões do poder paternal, como a pensão de alimentos. “Era eu que tinha de fazer essa procura, eu deixei de o procurar e ele também deixou. Voltou a fazê-lo mais tarde. É muito estranho sentar-me à mesa com alguém que não me conhece e que é meu pai. É estranho pensar como é que eu me vou apresentar ao meu pai. Quando houve essa procura, eu tinha 18 anos. Foi isso que eu senti: ser tão adulta e fazer todo este processo”, relata, deixando-se emocionar. “Não houve ligação e depois deixou de fazer sentido haver. Acho que na altura ele não estaria preparado para assumir essa responsabilidade, pelo menos é o que me dá impressão. A minha vida correu. Ainda me magoa”, assume.
Maycon interrompe ao ver a namorada mais frágil. “É engraçado que o pai dela procurou-a com 11 anos e eu com 11 anos também fui ao Brasil porque o meu pai me procurou. É sempre complicado. É negativo termos pais ausentes, mas acredito que há muitos assim na minha geração. Penso que vai fazer com que sejamos melhores pais ainda, porque como tivemos a falta de um vamos querer ser melhores. Eu quando for pai quero ser tudo o que não vivenciei com o meu.”
O instrutor de skate conta que também ele deixou de ter ligação com o pai desde pequeno. “Ele foi para o Brasil e eu fiquei com a minha mãe cá. Procurou-me muito poucas vezes. Acabei por desligar muito disso, até porque a minha mãe fez todo esse papel. Cheguei a uma idade em que não necessitei dele. Ele depois continuou a tentar procurar-me, mas para mim amor é presença e ele não esteve presente. Acabava por ser muito forçada a tentativa de ligação que eu tinha com ele. Achei que o melhor era desligar e manter as pessoas que realmente fizeram esse papel: a minha mãe, o meu melhor amigo…”
Os dois não têm qualquer contacto e um dos receios de Maycon na Casa dos Segredos 8 era que o pai tentasse alguma aproximação, o que acabou por não acontecer. “Foi a única coisa que eu pensei assim um pouco mais chata a nível familiar. Não fazia sentido, lá está. Ele também está lá no Brasil, se calhar nem soube, não sei, mas também não é algo relevante para a minha vida. Já tenho 24 anos, estou a trabalhar nas minhas coisinhas e o foco agora é quem está comigo. É um assunto completamente arrumado para mim”, diz, admitindo que nem sempre foi assim. “Quando era miúdo, se calhar deixava-me incomodado, porque não percebia o porquê. Agora não, porque felizmente tive a minha mãe, que me deu tudo. Ao longo do tempo foi uma ferida que foi sarando. Já percebo o porquê, cada pessoa tem as suas decisões e justificações, não o culpo por nada”, conclui.
Renata tem noção que o pai passou a conhecê-la através do programa e revela que também ele não a procurou. “Não me fazia diferença se me procurasse ou não. A sensação ia ser a mesma: a inexistência de uma ligação, algo estranho de ser estabelecido… a única coisa que me fazia assim mais impressão era ele estar a conhecer-me. Ele naquele momento estava a conhecer-me. Eu pensava ‘pela primeira vez o meu pai está a saber como é que eu grito, choro, rio ou divirto’.”
Os Maynata, como são conhecidos, têm uma legião de fãs, a quem tanto Renata como Maycon fazem questão de agradecer pelo apoio. E a única pressão que recebem deles é a de estarem bem. “A vida é muito corrida, estamos a trabalhar muito e é muito bom. Achava que a vida de figura pública era mais fácil, mas não”, ri-se, confiante no futuro.
Os dois fazem questão de acordar sempre cedo e planear o dia conforme os compromissos profissionais de cada um. “Este dia fazemos o que ela precisa, no outro o que eu preciso, e acabamos sempre por nos ajudar um ao outro”, diz Maycon, que está neste momento “focado e a trabalhar só nas coisas” que gosta, como atuações, skate… “Estou a dinamizar a minha marca, Juicyrasta. Tem sido complicada esta fase inicial, porque estamos sempre a mil os dois, mas é bom.”
Já Renata está empenhada no seu trabalho de comentadora da TVI e em desenvolver a sua linha de maquilhagem. “Desde que acordamos até que adormecemos, a nossa vida tornou-se um trabalho. No início foi muito complicado conjugar isto tudo, agora já está a ser mais fácil namorar. Estamos a aprender que temos de parar e organizar”, finaliza.
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Texto: Ana Lúcia Sousa (ana.lucia.sousa@worldimpalanet.com); Fotos: Nuno Moreira e redes sociais