
As provas de Monitorização das Aprendizagens (ModA), que substituem as anteriores provas de aferição do 4.º e 6.º anos, começam esta segunda-feira, coincidindo com o período de greve convocado pela Federação Nacional de Professores (Fenprof).
O pré-aviso de greve foi anunciado no início de maio por Mário Nogueira, então secretário-geral da Fenprof, que criticou a sobrecarga de trabalho imposta aos professores com a realização destas provas.
As provas ModA, que têm lugar entre 19 de maio e 6 de junho, e serão realizadas em formato digital e avaliadas por uma equipa de especialistas do Instituto de Avaliação Educativa, designada especificamente para este processo.
Embora as provas não tenham impacto direto na classificação interna dos alunos ou na sua aprovação nas disciplinas, o Ministério da Educação (MECI) defende que elas servirão para monitorizar a evolução das aprendizagens ao longo do Ensino Básico e para ajustar as abordagens pedagógicas conforme as necessidades de cada aluno.
A Fenprof, no entanto, tem expressado oposição a esta avaliação, considerando-a uma tarefa sem sentido no contexto do sistema educativo. Mário Nogueira sublinhou que as provas ModA representam um acréscimo de trabalho significativo para os professores, afetando não só o ensino, mas também serviços relacionados, como secretariado e vigilância.
“As provas são feitas à custa da sobrecarga dos professores e não têm utilidade pedagógica”, afirmou Nogueira, acrescentando que a greve poderá levar à falta de aulas nos dias de provas.
O Ministério da Educação, por sua vez, anunciou recentemente a contratação de 27 técnicos especializados para dar apoio à realização das provas do 9.º ano, que também serão digitais.
Os técnicos serão responsáveis por resolver problemas técnicos durante as provas, que se realizam entre 20 e 25 de junho.
Além disso, o MECI revelou que, para a realização das provas ModA e das provas finais do 9.º ano, foram atribuídos 15,4 milhões de euros aos agrupamentos escolares, desse valor, 15,3 milhões destinaram-se à aquisição ou reparação de computadores, enquanto 122.380 euros foram destinados a outros equipamentos informáticos, como extensões e auriculares.
No entanto, as escolas já utilizaram apenas uma parte dos recursos, com 96.550 computadores ainda disponíveis para serem distribuídos entre professores e alunos.
Apesar da controvérsia em torno das provas ModA e do impacto da greve convocada pela Fenprof, o MECI insiste na importância da monitorização contínua das aprendizagens para a definição de estratégias pedagógicas mais eficazes e adaptadas às necessidades dos alunos, a nível nacional, regional e local.