
Mágica, como é conhecida, a aldeia de Drave é um paraíso perdido na montanha. Desabitada desde a década de 2000, compensa em paisagens encantadoras o que lhe falta em habitantes, eletricidade, água canalizada, gás, correio ou rede telefónica.
Localizada no município de Arouca, esta é uma das “Aldeias e Lugares Onde Reina o Sossego” que integra a coleção “Portugal Autêntico”, editada pelo Expresso.
Situa-se entre as serras da Freita, de São Macário e da Arada, em pleno Arouca Geopark, e é acessível a pé através do trilho “PR14 – A Aldeia Mágica”, um dos 14 percursos pedestres de pequena rota sinalizados em Arouca. O caminho faz-se ao longo de 8 km, ida e volta, com partida e chegada em Regoufe, uma povoação vizinha.
Entre a vegetação e a vista para o vale do rio Paivó, com pássaros e animais de pastoreio a dar as boas-vindas aos caminhantes e a tranquilidade como bússola, Drave vai-se a avistar ao longe. “É um local inóspito, onde a tradicionalidade e arquitetura das casas mantêm-se intocadas”, garante Verónica Bernardo, técnica superior de turismo da Câmara Municipal de Arouca.
A palidez da Capela de Nossa Senhora da Saúde, revestida a cal branca, onde todos os anos, a 15 de agosto, se realiza uma romaria em homenagem à padroeira da localidade, contrasta com o casario de xisto e lousa. Destas, destaca-se o Solar dos Martins, convertido em quartel-general da IV Secção do Corpo Nacional de Escutas, que ali tem a sua base.
Deslumbrante também graças às suas cascatas e pequenas lagoas de águas límpidas e cristalinas, convidativas a mergulhos nos dias mais quentes, Grave assenta na perfeição no apelido que lhe foi dado.