
Segundo a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), que está a ser alvo de cortes orçamentais por parte do executivo de Donald Trump, entre seis e dez tempestades poderão tornar-se furacões (ventos superiores a 119 km/h), incluindo três a cinco furacões "maiores" (ventos de 178 km/h ou mais).
A probabilidade de a temporada de furacões ser este ano mais forte do que o normal no Atlântico Norte é de 60%, havendo também 30% de hipóteses de a época de furacões ser próxima do normal e 10% de hipóteses de ser inferior ao normal, adiantou a mesma fonte.
A época dos furacões no Atlântico Norte decorre entre o início de junho e o final de novembro.
Estes furacões podem ser devastadores em termos humanos e materiais, nomeadamente no sul dos Estados Unidos.
No ano passado, durante uma época que a NOAA tinha previsto como "extraordinária", o furacão Helene causou mais de 200 mortos no sudeste do país.
As previsões da agência norte-americana estão ligadas, nomeadamente, a temperaturas oceânicas mais quentes do que a média, variações bruscas da velocidade e/ou da direção do vento a uma curta distância e a um aumento potencial da atividade da monção da África Ocidental, ponto de partida dos furacões atlânticos.
"Como vimos no ano passado com as inundações significativas no interior do país provocadas pelo Helene e pelo Debby, os furacões podem afetar muito mais do que as comunidades costeiras", afirmou Laura Grimm, administradora interina da NOAA, num comunicado.
"A NOAA desempenha um papel fundamental no fornecimento de previsões e avisos precisos e precoces, e fornece os conhecimentos científicos necessários para salvar vidas e infraestruturas", acrescentou.
Congressistas democratas norte-americanos introduziram na quarta-feira uma emenda legislativa para travar o corte, proposto pelo Presidente Donald Trump, de quase 30% no orçamento da NOAA.
Representantes da Flórida, Colorado, Missouri e Illinois, alguns dos estados mais afetados por fenómenos climáticos extremos, anunciaram uma emenda à lei orçamental e fiscal em discussão na Câmara dos Representantes que inclui uma redução de quase 1,5 mil milhões de dólares (1,3 mil milhões de euros) para a NOAA.
O deputado Jared Moskowitz, da Florida, está a liderar o esforço para alterar a proposta republicana "para garantir que a NOAA e o Serviço Meteorológico tenham os recursos de que necessitam", alertando que a época dos furacões começa dentro poucos dias.
"Cortar os fundos para a previsão meteorológica não torna o governo mais eficiente, apenas torna os americanos mais inseguros", defendeu numa publicação nas redes sociais.
As reduções à NOAA fazem parte do polémico plano de cortes orçamentais e fiscais de Trump, que ainda não conta com a aprovação de todos os republicanos na Câmara dos Representantes.
Desde março, a administração Trump pediu aos responsáveis da NOAA um corte adicional de 1.000 trabalhadores, 20% do total, o que poderia afetar a capacidade da agência de fazer previsões de tempestades, temporais e furacões.
Os republicanos controlam ambas as câmaras do Congresso norte-americano.
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