
O grande apagão que afetou desde o meio-dia desta sexta-feira grande parte da República Checa, incluindo a capital, Praga, foi resolvido e o fornecimento de eletricidade está a ser gradualmente restabelecido, informou a empresa gestora da rede, CEPS.
A falha ocorreu pouco depois do meio-dia e paralisou durante horas o funcionamento dos transportes públicos, como o metro e os elétricos, e de outros serviços essenciais.
As interrupções de energia também se estenderam a regiões do norte e centro do país, como Liberec e Usti nad Labem, localizadas perto da fronteira com a Alemanha, Boémia Central, que circunda a capital, e Hradec Kralove, no nordeste da República Checa.
O Governo checo ativou todos os protocolos de emergência para minimizar o impacto do apagão, que deixou milhões de pessoas sem eletricidade.
Em Praga e em outras áreas, o fornecimento já foi totalmente restabelecido, embora dezenas de milhares de cidadãos continuassem sem luz às 18:00 locais (17:00 em Lisboa), após quase seis horas de corte, segundo relataram as agências internacionais.
As empresas fornecedoras de energia continuam a trabalhar na recuperação do serviço e esperam restabelecê-lo completamente nas próximas horas. O restabelecimento deve ser feito gradualmente para não sobrecarregar o sistema.
Qual foi a origem do apagão?
A falha foi causada pela queda de um condutor de fase que deixou fora de serviço oito das 44 subestações do sistema de transmissão, incluindo a linha troncal V411 (linha principal que opera em corredores ou eixos de alta demanda, geralmente conectando o centro da cidade a outros pontos importantes), a de maior voltagem do país, fundamental para o transporte de eletricidade a longa distância.
Embora a causa exata fosse desconhecida no início e isso tenha gerado preocupação, a polícia descartou indícios de sabotagem e o Gabinete Nacional de Segurança Cibernética confirmou que não se tratou de um ciberataque.
O ministro da Indústria e Comércio checo, Lukas Vlcek, não descartou a possibilidade de falhas semelhantes no futuro, embora tenha defendido a solidez do sistema elétrico do país e salientado que a rede de distribuição permite redirecionar o fornecimento em caso de cortes localizados.
A CEPS confirmou a meio da tarde que todas as subestações do sistema de transmissão voltaram a funcionar, informou o canal público CT24.
O primeiro-ministro checo, o conservador Petr Fiala, autorizou uma reunião do Estado-Maior Central de Crise a partir das 16:00 locais (15:00 em Lisboa) para coordenar a resposta ao apagão.
"A prioridade é restabelecer o fornecimento de energia elétrica e garantir a segurança dos cidadãos", afirmou Fiala numa mensagem institucional.
A falha de energia elétrica também afetou o transporte ferroviário, provocando a interrupção de vários trechos importantes.
O ministro dos Transportes checo, Martin Kupka, anunciou que o tráfego foi restabelecido no corredor IV, que liga Praga a Benesov e Ceske Budejovice, bem como no trajeto entre Olomouc e Ceska Trebova, no leste do país.
Kupka também adiantou que, em breve, os comboios começarão a circular de Kolin para Praga, o que permitirá recuperar gradualmente a normalidade na rede ferroviária.
No âmbito médico, o ministro da Saúde, Vlastimil Valek, garantiu que os hospitais universitários, que durante o apagão funcionaram com geradores de emergência, voltaram a operar com fornecimento normal de energia elétrica.
"Os centros hospitalares já funcionam com total normalidade", disse Valek, destacando a rápida resposta a uma situação de emergência.
Com Lusa