Segundo dados da Câmara de Leiria, houve um crescimento de 7,2% na procura de eventos culturais no concelho relativamente a 2023, com mais 22 mil entradas e participações.
A vereadora da Cultura e Educação, Anabela Graça, entende o crescimento como consequência da "oferta de programação variada, que inclui concertos, exposições de grande escala e eventos imersivos".
"A diversificação da programação cultural, a par da aposta na programação inclusiva e acessível, e da aposta na comunicação digital têm atraído novos públicos de diferentes faixas etárias e têm consolidado Leiria como cidade de cultura para todos", explicou a vereadora à agência Lusa.
Entre os resultados, Anabela Graça destacou a capacidade de atração do Castelo de Leiria, que registou mais cerca de quatro mil visitantes, sendo o mais visitando da cidade: em 2024, houve 124.728 entradas no monumento.
Noutra escala, também o Centro de Diálogo Intercultural de Leiria, que homenageia a coexistência do Cristianismo, Judaísmo e Islamismo na cidade, cresceu de forma relevante, com cerca de 900 novos visitantes.
"Destaca-se ainda o Ciclo de Música Medieval de Leiria [no Castelo] e os concertos do ciclo Diálogos [no Museu de Leiria], com sessões praticamente esgotadas", frisou.
A autarca considerou que o incremento da procura está também relacionado com "o reforço das parcerias com os agentes culturais locais, através do reforço da dotação orçamental do PRO Leiria", que significou um investimento de meio milhão de euros em 2024, bem como "da aposta na capacitação das estruturas associativas concelhias", que "têm sido fundamentais para promover a cultura de proximidade e o envolvimento das comunidades".
Na contabilidade feita, pesa também a atração gerada pelas comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, que mobilizaram 13.962 pessoas em 2024 e 2.228 em 2023.
Entre os projetos para 2025, o destaque vai para a abertura do Centro de Artes Villa Portela, apontado como "um dos equipamentos culturais mais relevantes para o concelho e para a região, a inaugurar a 22 de maio", no Dia do Município.
No centro da cidade, o chalé do século XIX, rodeado de jardins, está a ser adaptado para acolher exposições e residências de criação e promover ações de formação na área da arte contemporânea, entre eventos paralelos complementares, "pensados para todos os públicos e, sobretudo, para as famílias".
Ainda este ano, Leiria destaca um programa evocativo dos 700 anos da morte do rei D. Dinis, com Jornadas Luso-Espanholas de História Medieval, com especialistas de Portugal e Espanha, o II Ciclo de Música Medieval de Leiria, com convidados como Fernando Ribeiro (Moonspell) e Eduardo Paniagua, a recriação Leiria Medieval, programas educativos e teatrais com escolas e jovens, e atividades dedicadas à literatura e poesia do Rei Trovador.
Anuncia-se ainda para 2025 a reabertura da Casa dos Pintores, uma exposição sobre Adriano Sousa Lopes, o pintor que esteve com o Corpo Expedicionário Português na I Guerra Mundial, o lançamento da obra "Arte religiosa no território de Leiria-Fátima" e a segunda edição da Festa do Povo.
A vereadora da Cultura da Câmara de Leiria realçou ainda as ações incluídas na nova Rede das Cidades Criativas UNESCO do Centro de Portugal, como o programa "Sons da terra e da tradição", que vai estabelecer "uma ligação artística e cultural entre as Cidades Criativas da Música de Leiria e Idanha-a-Nova, numa parceria do Orfeão de Leiria e do Grupo de Adufeiras de Idanha-a-Nova", concluiu.
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Lusa/fim