
A Comissão Europeia está determinada a proteger e apoiar o setor do vinho na União Europeia (UE), que representa 60% do vinho consumido mundialmente, disse hoje à Lusa o comissário europeu para a Agricultura, Christophe Hansen.
"A UE está empenhada em proteger e apoiar os seus setores económicos contra quaisquer impactos injustos ou prejudiciais de potenciais ameaças", referiu o comissário, acrescentando compreender muito bem que a atual situação geopolítica cria muitas incertezas e riscos para o setor.
O Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, ameaçou impor taxas alfandegárias sobre vinho e outras bebidas alcoólicas oriundas da UE.
"Estou convencido de que é fundamental empenharmo-nos na diplomacia agroalimentar para reforçar a base de mercado dos nossos produtos em outros países", declarou Christophe Hansen.
"O vinho europeu, incluindo o português, é muito conhecido em todo o mundo, 60% de todo o vinho consumido no mundo é produzido na UE. É um feito e um orgulho. Compreendo muito bem que a atual situação geopolítica cria muitas incertezas e riscos para o setor", acrescentou.
A ameaça de taxas alfandegárias sobre vinho e outras bebidas alcoólicas oriundas da UE está a preocupar o setor em Portugal. Em 2024, os EUA tornaram-se o segundo principal destino das exportações vinícolas portuguesas, com um crescimento de 2% para os 102,1 milhões de euros, segundo a associação ViniPortugal.
Anualmente, Bruxelas cofinancia campanhas de promoção de grandes produtos agroalimentares, incluindo o vinho, no resto do mundo.
"Este ano continuaremos a promover os nossos produtos agroalimentares de alta qualidade com 132 milhões de euros, dos quais 63,4 milhões são dedicados à promoção em países terceiros", disse também o comissário, recordando que as candidaturas estão abertas até 23 de abril.
Na sexta-feira, o executivo comunitário apresentou medidas para reforçar o setor do vinho, incluindo o arranque de vinha, a colheita das uvas em verde, flexibilidade na plantação e apoiar a adaptação às alterações climáticas.
Bruxelas quer ainda promover os vinhos sem álcool ou com muito pouco teor alcoólico.