Sónia Paixão, vice-presidente da Câmara de Loures, revela que a autarquia está a trabalhar para encontrar uma solução para as 99 pessoas que estão a ser despejadas das habitações que ocupam, em Santa Iria de Azoia. Pede, no entanto, às famílias que se veem a braços com esta situação para que "não fiquem paradas" e procurem soluções "pelos seus próprios meios".
A vice-presidente da autarquia de Loures explica que, na passada quinta-feira, estava em curso a construção, de forma ilegal, de várias habitações precárias no local onde as cerca de 100 pessoas estão a ser despejadas.
No dia seguinte, explica, foram desenvolvidos procedimentos administrativos para que se procedesse, de imediato, à demolição das referidas construções.
"Estamos a falar de questões que põem em causa a saúde pública e a segurança destas mesmas pessoas. Esta autarquia tem dito que privilegia a dignidade das pessoas e a habitação condigna", refere.
Explica que, das 99 pessoas identificadas, 79 têm residência oficial noutros concelhos que não Loures e reitera que a Câmara "não é indiferente" à dignidade humana e quer apenas as "melhores condições" para os habitantes.
"Não podemos deixar proliferarem construções de caráter precário no nosso território", defende.
Câmara disponível para ajudar "com a prestação de caução"
Nota que a autarquia promoveu atendimentos sociais com as famílias que estão agora a ser despejadas "para perceber, uma a uma, quais são as famílias que têm rendimentos e quais é que têm condições para irem ao mercado e tentarem encontrar uma habitação que possam arrendar":
"A Câmara Municipal, através dos nossos mecanismos de ação social, estava disponível para apoiar, por exemplo, com a prestação de caução que são obrigados."
Sónia Paixão refere que a "esmagadora maioria" das 99 pessoas que se encontram nesta situação estão em idade ativa e têm "capacidade, pelos seus próprios meios, de encontrarem soluções quer do ponto de vista laboral, quer do ponto de vista habitacional".
Informa ainda que a autarquia está a trabalhar em estreita colaboração com a Segurança Social de forma que os casos mais vulneráveisnão fiquem sem resposta.
"Toda e qualquer solução que possamos encontrar é melhor do que aquele em que vivem agora naquele local. [...] [As pessoas] Não fazem nada ficando no local paradas, pretendemos que as pessoas tenham proatividade em encontrar as suas soluções", acrescenta.