"Graças à liderança do Presidente [norte-americano] Donald Trump, a NATO está a caminho de alcançar um compromisso histórico, em que cada aliado compromete-se a gastar pelo menos 5% do seu PIB em defesa", afirmou o embaixador dos Estados Unidos junto da Aliança Atlântica, Matthew Whitaker, frisando que "todos" terão de mostrar "progressos significativos" nos seus orçamentos para o setor.

Sobre os prazos para atingir a meta, Whitaker evitou avançar uma data, embora tenha reiterado que "não há um prazo ilimitado", pelo que espera um "crescimento significativo e incrível dos aliados e dos seus orçamentos de defesa ano após ano".

Nesse sentido, acrescentou que isso é determinado pelas ameaças à segurança que o bloco militar enfrenta e não pelas exigências de Trump ou do secretário-geral da NATO, Mark Rutte.

"Os nossos adversários não vão esperar que estejamos preparados", advertiu.

Desta forma, Whitaker reiterou que o Presidente norte-americano pede "um plano claro e credível" para atingir 5% de investimento em defesa para "toda" a NATO.

"Não podemos repetir o erro da promessa do País de Gales", observou, sobre o compromisso de atingir 2% em defesa, que só será alcançado mais de uma década depois.

Para Whitaker, a situação de segurança exige que os parceiros europeus deem passos em frente para reforçar o laço transatlântico, pelo que reiterou que a questão das despesas continuará na agenda de Washington. 

"Esperaria que os aliados se mostrassem ainda mais vigilantes na hora de exigir responsabilidades uns aos outros pelos progressos realizados ano após ano", referiu Whitaker, sem nunca mencionar o acordo alcançado domingo pelo presidente do Governo de Espanha, Pedro Sánchez, e por Rutte, para dar mais flexibilidade a Madrid na sua trajetória de gastos.

Domingo, a NATO assinou um acordo para que os aliados se comprometam a aumentar os gastos com defesa até 5% do PIB até 2035, numa declaração vinculativa para todos os membros da organização. 

Numa carta paralela, Rutte comprometeu-se a dar flexibilidade à Espanha para decidir o seu caminho de gastos, após indicar que Madrid considera que pode cumprir os objetivos militares estabelecidos pela NATO estando abaixo desse limite.

Fontes aliadas explicaram à agência noticiosa Europa Press que a declaração da cimeira é aprovada por consenso dos aliados e que envolve os 32 membros da organização, depois de uma alteração na redação para introduzir o termo "aliados", em vez de "nós", ser vista pela Espanha como um sinal de que não ficará vinculada a uma percentagem de gastos "arbitrária".

Nesse sentido, consideram a carta de Rutte como "consumo interno" para Sánchez e insistem que não consolida uma exceção para a Espanha nem reconhece um limite de gastos diferente. 

Além disso, as fontes consideram complicado que a Espanha cumpra os seus objetivos de capacidades sem investir mais de 2% em Defesa, valor que Madrid garante ser suficiente para cumprir os requisitos militares da NATO.

 

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