Marine Le Pen e oito eurodeputados do seu partido, Rassemblement National (RN), foram esta segunda-feira considerados culpados por desvio de fundos europeus.

A líder da extrema-direita francesa foi condenada a uma pena de quatro anos de prisão - dois dos quais domiciliária com pulseira eletrónica e dois suspensos - e a cinco anos de “inelegibilidade com execução provisória imediata”, o impossibilita a líder da extrema-direita francesa de se candidatar às presidenciais previstas para 2027 para suceder ao Presidente Emmanuel Macron.

Le Pen deixou a sala de audiências e o Palácio da Justiça de Paris antes de serem anunciados todos os pormenores da sua sentença.

A líder da extrema-direita e outros 24 arguidos estavam acusados de desviar fundos do Parlamento Europeu para pagar a funcionários do partido, baseados em França.

“Ficou estabelecido que todas estas pessoas estavam efetivamente a trabalhar para o partido, que o seu legislador (da UE) não lhes tinha dado quaisquer tarefas. As investigações também mostraram que não se tratava de erros administrativos ... mas de desvio de fundos no âmbito de um sistema criado para reduzir os custos do partido.”

O processo foi julgado por um tribunal francês, que estimou um prejuízo total de 2,9 milhões de euros.

Os procuradores pediram que Le Pen ficasse impedida de exercer cargos públicos durante cinco anos se fosse considerada culpada. Ainda assim, os juízes franceses podem adotar, modificar ou ignorar o pedido do Ministério Público.

A condenação, que ainda não é conhecida, poderá impedir a candidatura de Le Pen às presidenciais de 2027 e abalar a política em França. De acordo com a agência Reuters, o RN está a liderar as sondagens neste momento.

Marine Le Pen, que não falou à chegada do tribunal, acusou anteriormente o Ministério Público de estar à procura da sua "morte política", falando numa 'conspiração' criada para manter o RN longe do poder.