O primeiro-ministro, Luís Montenegro, e o secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, deverão reunir-se esta quarta-feira, de acordo com informação avançada pelo jornal Observador e confirmada pela SIC.

A SIC sabe que a reunião foi marcada pelo primeiro-ministro para as 17h00, na sequência da disponibilidade manifestada pelo PS para discutir temas importantes para o país. A agenda é aberta, pelo que deverão ser discutidos temas como a Defesa, opções de investimento, justiça ou a preparação do Orçamento do Estado.

Esta será a segunda reunião entre o primeiro-ministro e o novo líder do PS.

Em meados de junho,Luís Montenegro reuniu com os líderes do Chega e do PS para discutir o investimento em defesa, nomeadamente, o aumento da despesa orçamental para 2% do PIB nesta área no âmbito da preparação de Portugal na Cimeira da NATO, que teve lugar em Haia nos dias 24 e 25 de junho.

Na sequência dessa discussão, e da decisão posterior do executivo de Montenegro, o secretário-geral do PS desafiou o primeiro-ministro a negociar com os socialistas uma proposta de "Acordo Estratégico para um Plano de Desenvolvimento Nacional e de Capacitação da Defesa" com um prazo definido de três meses.

Segundo a carta a que a SIC Notícias teve acesso, enviada no dia 11 de julho a Luís Montenegro, Carneiro pedia uma audiência formal para dar início a esse entendimento e criticava o anúncio surpresa de Portugal na Cimeira da NATO sobre o aumento do investimento em Defesa para 2% do PIB este ano e 5% até 2035.

Carneiro defendia que decisões desta natureza exigiam consenso político alargado e apelava à criação de um grupo de trabalho PS/PSD.

Recorde-se ainda que o secretário-geral do PS esteve em Bruxelas no início de julho para um encontro com os líderes da sua família europeia. No final da reunião, declarou que ainda aguardava "iniciativa" do Governo para o diálogo sobre política externa e europeia, segurança, justiça e organização do Estado.

Ao jornal Expresso, o líder do PS dizia para que não contassem com ele para "pôr o carro à frente dos bois" e que a discussão só pode ser feita com dados.