"Neste momento, com corações em choque juntamo-nos ao mundo na despedida de um líder cuja luz brilhou intensamente, iluminando caminhos de fé e esperança", disse Daniel Chapo, numa mensagem divulgada hoje pela Presidência moçambicana.

Para Chapo, o Papa Francisco foi um líder espiritual que lutou pelos marginalizados, dedicando a sua vida ao "compromisso incansável" com a justiça, paz e fraternidade.

"Um pastor para todos, transcendeu as fronteiras da Igreja Católica, tocando a alma da humanidade com a sua mensagem de amor a Deus e ao próximo. A sua voz, um verdadeiro clamor por justiça, ecoou em cada canto do planeta, inspirando a construção de pontes entre culturas e religiões", acrescentou o chefe de Estado moçambicano.

O Presidente moçambicano lembrou a visita do Papa a Moçambique em setembro de 2019, numa viagem apostólica pela África Oriental.

"A sua visita apostólica a Moçambique, em setembro de 2019, permanece como um momento acarinhado na historiografia nacional. Chegando a Maputo em meio aos desafios da recuperação pós-ciclones e das tensões em Cabo Delgado, a sua presença foi um símbolo poderoso de esperança", acrescentou Chapo.

O momento mais marcante da vista a Moçambique foi a celebração de uma missa no Estádio Nacional do Zimpeto, o principal do país.

"Moçambique possui um território cheio de recursos naturais e culturais (...) mas apesar destas riquezas, uma quantidade enorme de população vive abaixo do nível de pobreza (...) por vezes, parece que aqueles que se aproximam com suposto desejo de ajudar, têm outros interesses. É triste quando isto se verifica entre irmãos da mesma terra, que se deixam corromper ", referiu, na altura, Francisco, durante a homilia numa missa campal acompanhada por milhares fiéis nos arredores de Maputo.

O Papa Francisco morreu hoje aos 88 anos, após 12 anos de um pontificado marcado pelo combate aos abusos sexuais, guerras e uma pandemia. Nascido em Buenos Aires, a 17 de dezembro de 1936, Francisco foi o primeiro jesuíta a chegar à liderança da Igreja Católica.

Francisco esteve internado durante 38 dias devido a uma pneumonia bilateral, tendo tido alta em 23 de março. A sua última aparição pública foi no domingo de Páscoa, no Vaticano, na véspera de morrer.

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