
As acusações foram feitas hoje numa entrevista à Sky News por Sophie Chandauka, presidente da ONG Sentebale, um dos poucos projetos de caridade que o príncipe Harry manteve após a sua rutura com a monarquia britânica, em 2020, e a perda dos seus apoios e patrocínios reais.
O filho mais novo do rei Carlos III era até esta semana o patrono da instituição mas anunciou recentemente que, "com o coração pesado" renunciava ao cargo, tendo como pano de fundo um conflito interno entre os diretores e a presidente do conselho de administração, Sophie Chandauka, nomeada em 2023.
Na entrevista à Sky News, Chandauka atacou diretamente o príncipe, acusando-o de fazer tudo o possível para fazê-la abandonar o cargo à frente da organização.
"O que o príncipe Harry queria era expulsar-me e isso durou meses. Durou meses, sob a forma de intimidação, assédio", disse, garantindo que "tem provas disso".
O canal tentou contactar o príncipe, que está na Califórnia com a mulher, Meghan, e os dois filhos, mas sem sucesso.
De acordo com Chandauka, que foi acusada de má gestão por parte do conselho de administração, havia uma cultura de silêncio, com alguns membros a não querer falar contra o duque de Sussex ou simplesmente sobre questões sensíveis, como a perda de muitos doadores após a rutura de Harry com a família real.
Chandauka relatou uma situação em que o príncipe Harry levou uma equipa de filmagem da Netflix - com quem diz que assinou um contrato muito lucrativo - para arrecadar fundos para a instituição no ano passado, durante uma partida de polo.
As imagens, que correram o mundo, mostraram uma cena entre o patrono da organização e a duquesa de Sussex, Meghan, ambos querendo segurar o troféu no palco.
Depois deste evento, Harry pediu "para fazer algum tipo de declaração de apoio à duquesa", disse Sophie Chandauka.
O ex-presidente do conselho, Kelello Lerotholi, no entanto, disse à Sky News que nunca testemunhou tal pedido do príncipe Harry.
"Posso dizer honestamente que nas reuniões a que assisti, nunca houve o menor indício disso", disse.
Também Lynda Chalker, que foi dirigiu durante quase 20 anos a ONG em questão, acusou Chandauka de ter um estilo "quase ditatorial", em declarações ao jornal The Times.
Harry cofundou a Sentebale quando tinha 21 anos para continuar o trabalho da mãe, a princesa Diana, depois da morte desta, que estava muito empenhada na luta contra a SIDA.
Sentebale trabalha em particular com crianças e jovens órfãos devido à epidemia de HIV/SIDA no Lesoto, um pequeno país pobre encravado na África do Sul.
ANP // APN
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