A Procuradoria-Geral da Venezuela solicitou, na segunda-feira, um mandado de prisão para Edmundo González por alegados crimes associados às denuncias de fraude eleitoral. O líder da oposição venezuelana não terá respondido a três intimações para testemunhar sobre um site da oposição que publicou resultados detalhados da disputada eleição presidencial do país.
O antichavista também é acusado de "incitamento à desobediência às leis", "conspiração", "sabotagem para danificar sistemas e associações [para cometer um crime]", de acordo com um documento da procuradoria.
O mesmo site está a ser investigado por "usurpar a função" da autoridade eleitoral ao afirmar ter carregado "83,5% dos registos eleitorais" recolhidos por testemunhas e membros da mesa na noite eleitoral.
A oposição liderada por Edmundo González, vários países ocidentais e as Nações Unidas consideram que as eleições não foram transparentes.
Os resultados divulgados pela oposição confirmavam a derrota de Nicólas Maduro e a vitória de Edmundo González com quase 70% dos votos. No entanto, a Divisão eleitoral do Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela validou a reeleição de Maduro.
Além de Edmundo González e do site da oposição, as investigações criminais iniciadas pelo procurador-geral, Tarek William Saab, tinham também como alvo Maria Corina Machado.
Para Edmundo González, o procurador-geral "tem-se comportado repetidamente como um acusador político", já que "condena antecipadamente e agora promove uma intimação sem garantias de independência e do devido processo".
Com Lusa