O presidente do PS-Madeira, Paulo Cafôfo, anunciou, há instantes, que o partido vai votar contra a moção de confiança ao Governo Regional, que será submetida à votação na Assembleia Legislativa após três dias de debate do novo Programa de Governo.

De acordo com Paulo Cafôfo, o documento apresentado pelo executivo liderado por Miguel Albuquerque "não apresenta novidades, nem compromissos concretos", e repete promessas feitas há dez anos.

"O Programa podia ter sido escrito em 2015. É reciclado, com medidas repetidas e promessas que nunca foram cumpridas. Não há metas, nem prazos, nem garantias de execução", afirmou, após a reunião da Comissão Política, onde a decisão de votar contra foi tomada por unanimidade.

Se, em dez anos, Miguel Albuquerque não cumpriu as promessas e as medidas que estão em anteriores programas de Governo, irá fazê-lo agora. Nós não temos confiança neste Governo, em Miguel Albuquerque, nem a confiança de que irá executar estas medidas que estão escritas neste programa Paulo Cafôfo, líder do PS-Madeira

Para o líder socialista madeirense, o Programa de Governo também falha ao não incluir respostas concretas para os problemas que afectam milhares de madeirenses. "Exclui os que estão há anos à espera de uma habitação, de uma cirurgia, ou os que trabalham de manhã à noite e não beneficiam do crescimento económico que ajudaram a construir", apontou.

Cafôfo reforçou ainda que o PS-Madeira não se limita a criticar, mas tem apresentado propostas alternativas, com um projecto político que considera ser distinto do PSD. "O nosso papel é também o de construir. Temos uma visão diferente para a Região, centrada nas pessoas, na inclusão e na justiça social", declarou.

Sobre a posição de Miguel Silva em relação à Câmara Municipal do Funchal, Paulo Cafôfo desvalorizou o tema, garantindo que o foco do partido está actualmente nas Eleições Legislativas Nacionais. "Estamos empenhados em eleger os melhores representantes da Madeira na Assembleia da República. As autárquicas serão discutidas no seu tempo", afirmou, defendendo que "não é momento para ruído político".