
No final da maior arruada até ao momento desta campanha da CDU, Paulo Raimundo centrou o seu discurso no combate a "todas as formas que a direita assuma, das mais trauliteiras àquelas que se apresentam mais lavadinhas".
Para o secretário-geral comunista, "todos os trauliteiros e lavadinhos" estavam "a aplaudir o corte das pensões, o corte dos salários", no tempo da 'troika', acusando a direita de querer voltar a esses tempos.
Na ótica do dirigente do PCP, a extrema-direita assume-se como "a guarda avançada da direita", uma espécie de "lebres de uma corrida de fundo onde se tentam impor valores e conceções".
O combate, apontou, faz-se "de olhos nos olhos", e respondendo aos "problemas da vida de cada um".
"Aqui, não damos um dedo, quanto mais a mão, à direita. Aqui, não viabilizamos orçamentos da direita, nem os seus programas de Governo. Aqui, não se dão abébias à extrema-direita, não se dá credibilidade, nem se normaliza a extrema-direita", disse.
Paulo Raimundo aproveitou o momento também para criticar indiretamente o PS, que acusa de acenar com a mão esquerda, mas que acaba "depois a apertar com a mão direita à direita".
Depois de uma arruada onde recebeu o apoio de 165 ex-presos políticos, Paulo Raimundo recorreu a esse apoio e no histórico do partido no combate à ditadura para vincar que a CDU é "a força de abril", com experiência de combate à extrema-direita e à direita, "venha ela de onde vier, tenha ela a força que tiver".
"Andamos nisto há muitos anos. Enfrentámos o mesmo inimigo com caras diferentes e roupagens diferentes", salientou, considerando que essas mesmas forças procuram pôr as pessoas a olhar para o lado ou para baixo à procura do responsável pelas dificuldades na vida, quando ele "está lá em cima".
JGA // PC
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