De acordo com o balanço daquela Organização Não-Governamental (ONG) moçambicana que acompanha os processos eleitorais, com dados dos últimos 20 dias, sete pessoas morreram na província de Maputo, duas na cidade de Maputo, oito na Zambézia, duas em Sofala, uma em Tete, cinco em Nampula e duas em Cabo Delgado.
Só nos primeiros cincos dias de fevereiro, a plataforma eleitoral Decide contabilizou 174 detenções, das quais 32 na cidade e província de Maputo, 18 em Nampula, 37 em Sofala, quatro em Tete, uma em Manica, seis na Zambézia e uma em Cabo Delgado.
Em declarações à Lusa, Wilker Dias, diretor da Plataforma Decide, explicou que, nesta fase, os manifestantes têm invocado diversas motivações para permanecerem nas ruas.
"A maior parte das manifestações são pelo custo de vida", mas também há situações "por conta deste fenómeno que tem estado a ocorrer a nível dos distritos, com a perseguição dos líderes comunitários e estes acabam sendo vítimas dos próprios manifestantes", disse.
O Ministério Público moçambicano anunciou, na terça-feira, que abriu um total de 651 processos, entre criminais e cíveis, durante a crise pós-eleitoral, prometendo que todas as situações que resultaram em mortes vão merecer a atenção da Justiça.
"Queremos assegurar que todas as situações que resultaram em morte, ofensas corporais ou destruição de património, decorrentes das manifestações violentas, merecem e merecerão o devido tratamento, com o desencadeamento dos competentes procedimentos para identificar os autores, determinar as circunstâncias e outros elementos para responsabilização", declarou o Procurador-Geral de Moçambique, Américo Julião Letela, durante a abertura do ano judicial, em Maputo.
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