O presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, voltou a posicionar-se contra Volodymyr Zelensky e acusa-o mesmo de ser um “ditador”.

“É um ditador sem eleições, Zelensky deveria mexer-se rapidamente, ou já não lhe restará nenhum país”, escreveu Trump na sua Truth Social.

“Recusa-se a ter eleições, está muito mal posicionado nas sondagens ucranianas, e a única coisa em que era bom era a fazer de Biden ‘gato e sapato’”, segundo continua a sua publicação.

Como relembra a BBC, o mandato para o qual o presidente ucraniano foi eleito terminou em maio do ano passado, mas a lei marcial imposta desde a invasão russa do seu território acabou por suspender as eleições para a liderança do país. É daí que vem a acusação de Trump de não haver eleições, algo para o algo tem apontado. Foi eleito em 2019.

Este é um intensificar de trocas de acusações, já que o próprio Zelensky - um "comediante modestamente bem sucedida", como escreve Trump - também tinha dito que o presidente americano vive rodeado de desinformação.

“Amo a Ucrânia, mas Zelensky tem feito um trabalho terrível, o seu país está aniquilado e MILHÕES morreram desnecessariamente. E assim continua a acontecer”. É uma publicação em que Trump, que afirma estar a negociar a paz com a Rússia sem envolvimento da Ucrânia, mostra que não é com esta presidência ucraniana que poderá vir a trabalhar.

Trump – que se assume como o único capaz de encontrar a paz – acusa Zelensky de ter “ido para uma guerra que não poderia ganhar, que não tinha de começar”, e uma guerra que “sem os EUA e sem Trump nunca será capaz de resolver”. Não é a primeira vez que o líder americano acusa a Ucrânia de ter sido responsável pela invasão do seu território há praticamente três anos.

Volodymyr Zelensky, Presidente da Ucrânia
Volodymyr Zelensky, Presidente da Ucrânia Alina Smutko

Ataque à Europa

Com críticas à postura do seu antecessor e da Europa na resolução deste conflito, Trump defende que os EUA gastaram muito mais com este conflito do que a Europa (fala em 200 mil milhões de dólares, cerca de 190 mil milhões de euros, ao câmbio atual), quando este é um conflito “muito mais importante para o Velho Continente” do que para a maior economia do mundo – “temos um grande e lindo oceano a separar-nos”, ironiza.

Nesta altura, e depois de reuniões na Arábia Saudita, EUA e Rússia preparam-se para discutir o fim da guerra na Ucrânia, sendo expectável um encontro entre Donald Trump e Vladimir Putin. Em paralelo, os líderes europeus tentam discutir como reagir: “Uma paz que respeite a sua independência e integridade territorial, com fortes garantias de segurança. A Europa assume plenamente a sua quota-parte na assistência militar à Ucrânia”, foi a mensagem deixada pelo presidente do Conselho Europeu, António Costa.