
O balanço provisório das autoridades angolanas aponta para 22 mortos, 197 feridos e 1.214 detenções nos dois dias de tumultos registados na província de Luanda, durante uma paralisação de taxistas, avançou o Governo.
Os dados foram avançados pelo ministro do Interior de Angola, Manuel Homem, no final da reunião do Conselho de Ministros, onde foi passado o ponto da situação dos dois últimos dias, marcado por atos de vandalismo na capital angolana.
Os atos de violência aconteceram na sequência da paralisação por três dias dos serviços de táxis, convocada por associações e cooperativas de táxis, em protesto face à subida do preço dos combustíveis e das tarifas de transportes públicos.
Manuel Homem afirmou que se assistiu nos últimos dois dias, com destaque para a província de Luanda, a atos de vandalismo e que colocaram em causa a segurança pública na capital angolana, mas também, na terça-feira, da província do Huambo, Benguela e Huíla.
"A informação que queremos transmitir aos cidadãos é de confiança nos órgãos de segurança nacional, da Polícia Nacional, que estão empenhadas em garantir que a segurança e estabilidade e a paz social, que todos procuramos e almejamos, se concretiza", disse Manuel H omem.
Protestos são "ameaça à segurança e paz social"
O ministro disse que há registo também da vandalização de meios de instituições públicas, como viaturas da Polícia Nacional, ambulâncias, autocarros, e que foram igualmente danificadas 66 lojas, agências bancárias e veículos de particulares.
"Os órgãos do Ministério do Interior tomaram as medidas para assegurar que voltássemos à normalidade, queremos transmitir aos cidadãos angolanos e à comunidade residente do nosso país que continuaremos empenhados em assegurar que a segurança pública (...) não sofrerá alterações que inviabilizem a vida social de todos nós", r ealçou.
O governante angolano garantiu que a situação em Luanda voltou à normalidade, estando já os meios de transportes públicos a funcionar com regularidade, bem como outros serviços públicos, que não tinham sido encerrados, "mas que, pela natureza da situação, alguns dos funcionários públicos não se fizeram ao serviço", bem como de instituições privadas.
"Mas continuaremos a manter as medidas que foram já tomadas de proteção e manutenção da segurança no país, em Luanda e outras províncias em situações de realce", s ublinhou. "Queremos deixar essa mensagem de tranquilidade aos cidadãos, que continuaremos a servir e porque as manifestações estão previstas por lei, são autorizadas, desde que não se transformem em atos de vandalismo e arruaça, como os que assistimos, e que estaremos sempre atentos para dar resposta adequada a cada situação."
No comunicado final do Conselho de Ministros destaca-se que os atos protagonizados pelos manifestantes, "aliada à presença de elementos infiltrados com intenções criminosas, indica que o fenómeno ultrapassou o escopo de uma simples reivindicação e assumiu contornos de ameaça à segurança e à paz social, criando constrangimentos à mobilidade dos trabalhadores e impacto negativo na produtividade dos setores sociais e económicos".