
André Villas-Boas explicou a situação financeira do FC Porto. O presidente dos dragões falou ainda do que espera para o mercado de transferências, no próximo verão.
André Villas-Boas falou sobre o mercado de transferências do FC Porto e da situação da equipa azul e branca. O presidente dos dragões garantiu que haverá necessidade de investimento:
«Não queria ir tanto ao detalhe, para não entrar no aspeto que é técnico e específico das áreas de responsabilidade da direção desportiva e do treinador. No entanto, temos uma definição clara do perfil dos jogadores que interessam e cabe agora à direção desportiva satisfazer o treinador. O mesmo deu-nos indicações em janeiro precisamente do que queria, por isso também não reforçámos a equipa na sua extensão, tendo em conta esses perfis que o treinador procurava. Agora iremos respeitar no sentido de implementar mais rapidamente a sua metodologia e os seus princípios, nos quais acreditamos que possam levar-nos ao sucesso. O FC Porto vai ter de se renovar, sobretudo. Não quer dizer que não haja vendas, até porque temos muitos emprestados, uns com opção de compra, outros sem, uns que regressarão e depois tudo o que está relacionado com uma normal renovação das equipas. Portanto, diria que vamos ao mercado para investir na renovação da equipa. Temos de vender, sendo que existe quantidade e qualidade alta de no plantel. Entre reforços e regressos de emprestados iremos vender jogadores ou colocar alguns no mercado. [Há pujança financeira?] Felizmente tem. Fizemos estes dois mercados e estamos numa posição muito vantajosa, apesar de toda a dívida que temos acumulada. Agora podemos abordar o mercado de outra forma», afirmou ao jornal O Jogo.
O presidente do FC Porto falou também da importância de chegar à Champions League:
«Desde logo o poder de atração que se ganha com a participação da Liga dos Campeões. É claro que a grandeza do FC Porto não nos impede de ter este poder de atração a grandes jogadores, mas o facto de não se disputar a Liga dos Campeões é um fator inibidor. Ainda vamos a tempo, mas não dependemos só de nós. A realidade é que afeta o mercado e afeta também as receitas. A diferença situa-se entre os 40 e os 70 milhões, mediante o lugar final. Felizmente para o FC Porto, isso é colmatado, de certa forma, com o Mundial de Clubes, o que nos permite ter algum ‘leverage’ de falhar o acesso à Champions. No entanto, não é algo que nos orgulhe. É, sem dúvida, uma falha. Esperemos ainda poder sonhar com ela».
André Villas-Boas garantiu também que o FC Porto tem de lutar pelo título na próxima temporada:
«É uma obrigação, como era este ano. Nunca construímos plantéis para sermos terceiros. Falei também no balneário sobre a fé inabalável que tinha nestes jogadores. Portanto, o plantel que o FC Porto irá construir na próxima época será um que dê garantias de sucesso. E para nós garantias de sucesso é ganhar títulos. Batalhar num mercado é difícil e fazê-lo com as condicionantes que tínhamos foi um milagre, mas agora temos margem de discutir de outra forma com os clubes e com os jogadores referenciados. Iremos construir um plantel que nos dê garantias de êxito. Nesse aspeto, não posso fazer outra coisa do que tranquilizar os adeptos. Agora, serei muito mais intransigente num espírito à FC Porto que nos faltou muitas vezes esta época, na qual houve muita tensão e intranquilidade».
André Villas-Boas falou também do despedimento de Vítor Bruno e da contratação de Martín Anselmi.