O Casa Pia foi o 'rei' das reviravoltas da edição 2024/25 da Liga Portugal Betclic, ao ganhar quatro jogos que começou a perder e só sofrer um desaire depois de se apanhar em vantagem. A formação de João Pereira, um dos quatro técnicos que se manteve no mesmo clube da primeira à 34.ª rondas, conseguiu este título, ainda por cima, de forma categórica, já que, entre as vítimas, tem o Benfica e o Sp. de Braga.

Na 19.ª jornada, Ángel Di María adiantou o Benfica em Rio Maior, a casa emprestada do Casa Pia, mas os gansos viraram para 3-1, com tentos de Cassiano (32'), Nuno Moreira (60') e Livolant (90'+4). Depois de darem a volta aos encarnados, que sofreram em Rio Maior a única reviravolta na prova, os comandados de João Pereira fizeram o mesmo ao Sp. de Braga, na 33.ª e penúltima ronda. O uruguaio Zalazar adiantou os arsenalistas (20'), mas o Casa Pia deu a volta com golos de Benaïssa (45') e Livolant (79'), repetindo uma proeza que só o Sporting tinha alcançado.

Além de dar a volta a Benfica e a Sp. Braga, o Casa Pia protagonizou mais duas recuperações para a vitória face a Moreirense (0-1 para 3-1, à 5.ª jornada) e Rio Ave (0-1 para 2-1, à 27.ª), ambas em Rio Maior. No sentido inverso, o conjunto de Pina Manique só perdeu um jogo em que esteve na frente do marcador, à 20.ª jornada, nos Açores, onde se adiantou, por Nuno Moreira (43'), mas permitiu que o Santa Clara virasse o resultado, por MT (48') e Serginho (57').

Ainda assim, o Casa Pia teve o melhor saldo (+3) entre reviravoltas conseguidas e consentidas, liderando um pódio em que ainda couberam Benfica e FC Porto. Os encarnados permitiram a reviravolta ao Casa Pia, mas fizeram o mesmo a Santa Clara (0-1 para 4-1, à quinta jornada), na estreia de Bruno Lage, Gil Vicente (0-1 para 5-1, à sétima) e na visita ao Farense (0-1 para 2-1, à 10.ª). Por seu lado, o FC Porto, que não permitiu qualquer reviravolta, conseguiu vencer dois jogos depois de estar em desvantagem, no Estoril (0-1 para 2-1, à 27.ª ronda) e na receção ao Moreirense (0-1 para 3-1, à 32.ª).

O Sporting também tem um balanço positivo (+1), o mesmo de Santa Clara, E. Amadora e V. Guimarães.  Em 10 de novembro de 2024, à 11.ª jornada, no Minho, um bis de Ricardo Horta, com golos aos 20' e 45', colocou o Sp. Braga a vencer os leões por 2-0, ameaçando estragar a despedida de Ruben Amorim. No último jogo antes de partir rumo ao Man. United, o técnico de 39 anos recusou-se, porém, a sair com uma derrota, depois de 10 vitórias a abrir o campeonato, e começou a reviravolta no banco, quando lançou Morita e Harder. O médio japonês reduziu (58') e depois de o capitão Hjulmand restabelecer a igualdade (81'), o jovem avançado dinamarquês selou a reviravolta, com um bis aos 89' e 90'+4. Terminou, assim, de forma épica a 'era' Ruben Amorim no Sporting, que igualou com esse triunfo o melhor arranque de sempre do Sporting na prova, os 11 triunfos de 1990/91, sob o comando do brasileiro Marinho Peres. Além do Sp. Braga, também 'virou' o Gil Vicente, em Alvalade, à 32.ª ronda (0-1 para 2-1), tendo sido surpreendido, porém, em Moreira de Cónegos, onde caiu por 2-1, após marcar primeiro, à 13.ª.

Quanto ao Moreirense, foi o protagonista da outra reviravolta de dois golos, quando, à 11.ª jornada, bateu em casa o Gil Vicente por 3-2, depois de ter estado a perder por 2-0, ainda sob o comando de César Peixoto, que acabaria a época no conjunto de Barcelos. Guilherme Schettine, aos 65 minutos, Dinis Pinto, aos 70, e Luís Asué, aos 87, materializaram a reviravolta, depois dos tentos de Tidjany Touré, aos 25, e Aguirre, aos 47. O Gil Vicente, que ainda sofreu mais três reviravoltas e só conseguiu uma, apresenta o balanço mais negativo (-3), juntamente com Arouca e AVS.