
Um clube de futebol não é nada mais nada menos que uma empresa. Tal como numa empresa ou fábrica que se preze pela produtividade, o trabalho não pode parar, independentemente da hora, do turno ou das pessoas que o preenchem. Nesse sentido, assim como numa empresa, ou fábrica, o Benfica também funciona independentemente do turno, seja ele o turno da manhã, da tarde ou da noite.
Frente ao Boavista, no Estádio da Luz, coube ao segundo turno dar conta da tarefa durante a tarde deste sábado na Luz e a qualidade manteve-se. Bruno Lage promoveu seis alterações no onze inicial e deixou a cargo de vários habituais suplentes a tarefa de arrecadar os três pontos frente ao último classificado da Primeira Liga. Ainda tivesse pela frente um Boavista renovado e ambicioso, o treinador das águias confiou em absoluto na rotação dos atletas, que acabaram por não desiludir, de todo.
Bruma, Belotti, Zeki Amdouni, Samuel Dahl, Leandro Santos e Samuel Soares entraram diretamente para o onze inicial e souberam aproveitar o tempo concedido. Não houve qualquer tipo de problema no que diz respeito à adaptação ao jogo ou até às dinâmicas conjuntas, que não são ainda habituais fora dos treinos. O Benfica funcionou bem e os adeptos gostaram de ver aquilo que as novas caras proporcionaram.
Bruma, que já se havia estreado a marcar na primeira titularidade pelos encarnados frente ao Santa Clara, foi quem se destacou mais, tendo começado por servir de forma exímia Andrea Belotti, que fez também o primeiro golo pelos anfitriões, logo no Estádio da Luz.
Bruma é um jogador irreverente e não tem medo de mostrar isso mesmo. Tal como o prṕoprio já confessou, gosta de tratar a bola como se fosse um filho ou uma namorada e a equipa agradece. Esteve presente em grande parte dos momentos ofensivos das águias e foi o principal responsável por fazer a máquina rodar no Estádio da Luz. Bruma foi o chefe do segundo turno, e a continuar desta forma, vai espreitando uma vaga no turno principal, ainda às ordens de Schjelderup e Akturkoglu nas alas, por enquanto. Roda e faz rodar, não tem receio de assumir essa responsabilidade e fá-lo da maneira correta.
Belotti e Samuel Dahl surgem logo a seguir na cadeia da produtividade, tendo contribuído para o bom funcionamento do jogo, na mesma medida que Amdouni, que já está mais habituado a estas andanças. Leandro Santos e Samuel Soares, por outro lado, não tiveram uma noite marcada pela exigência mas sim pelo cumprimento simples das tarefas propostas.
Ainda que o segundo turno não tenha conseguido golear o Boavista, como talvez se pudesse imaginar, mostrou que existe sobretudo competência para assumir as rédeas do jogo. Isto porque os 90 minutos não pertencem por inteiro a um grupo e sim à rotação que eventualmente se vai impondo, mas que serve para gerir da melhor forma a equipa. Pavlidis e Akturkoglu, por exemplo, entraram no segundo tempo e mostraram-se decisivos na construção do resultado, e está tudo bem com isso.
Se o lema de ordem é “Todos Contam” este jogo serviu para exemplificar isso mesmo. Tendo em conta o facto de os encarnados se encontrarem a disputar três competições, o calendário vai apertando cada vez mais e, por isso, estes jogos servem para reforçar a confiança nos jogadores, no plantel que se vai formando jornada após jornada. A vitória foi alcançada e serviu para testar algumas dinâmicas, além de conceder mais minutos a jogadores menos utilizados, incluído Diogo Prioste, médio da formação que se estreou pela equipa principal do Benfica.
Tal como numa empresa funcional, a máquina rodou, a máquina trabalhou, a máquina cumpriu.