Diretora-geral na UEFA aborda a Record o novo plano estratégico da UEFA para o futebol feminino
Nadine Kessler, diretora-geral do futebol feminino na UEFA, falou com Record sobre o 'Unstoppable' [Imparável], o novo plano estratégico da UEFA para o futebol feminino. A antiga internacional alemã, Bola de Ouro em 2014, abordou algumas das prioridades para os próximos seis anos.
RECORD - Uma das prioridades da UEFA é aumentar o número de países onde as raparigas jogam futebol nas escolas?
NADINE KESSLER - Temos de captar as meninas o mais cedo possível para que jogar se torne uma escolha natural. Apaixonei-me pelo futebol quando nem sequer sabia que me tinha apaixonado, foi algo inconsciente. Não foi uma escolha porque jogo futebol desde que comecei a andar. Por isso, é importante criar mais atividades e programas nas escolas.
R - E garantir o bem-estar das jogadoras?
NK - Sim, é a principal prioridade. Temos feito muito para apoiar as jogadoras no durante e pós carreira - entregámos bolsas de estudo e lançámos o programa 'The minimun standards framework for women' s national teams' [O quadro de padrões mínimos para as seleções femininas nacionais]. Outra coisa que considero muito importante para garantir que se tomam as decisões corretas é envolver as jogadoras no processo. Criámos um fórum de discussão onde abordamos temas como as lesões do LCA [ligamento cruzado anterior], o calendário e as competições e assinámos um acordo com a FIFPRO [Sindicato Internacional de Jogadores Profissionais]. Em breve, lançaremos um fórum consultivo. É fundamental que as jogadoras possam dar a sua opinião.
R - O interesse no futebol feminino tem sido cada vez maior. A UEFA pretende continuar a cativar os adeptos?
NK - O número de adeptos está a aumentar, mas pode haver ainda mais. O Euro'2021 [realizado em 2022] foi o primeiro em que tivemos adeptos a viajarem para assistirem aos jogos, cerca de 80%. Agora, 26% dos 185 mil adeptos que já compraram bilhetes para o Euro'2029 vão viajar para a Suíça. Os países começam a ter uma cultura de adeptos, mas temos de trabalhar a nível interno. Num Europeu, Mundial ou na Liga dos Campeões é mais fácil haver grandes multidões, mas precisamos de ajudar as ligas a venderem bilhetes, é aí que estão os verdadeiros adeptos. É um ponto-chave do novo plano estratégico.
R - E a profissionalização? Ainda há ligas europeias que não são 100% profissionais.
NK - É uma prioridade. Temos a consciência de que os países se encontram em fases distintas. Queremos ajudar os que pretendem dar o próximo passo para terem ligas 100% profissionais. Ainda há mulheres que também precisam de trabalhar… Queremos que os países tenham a ambição de dizer que estão a tentar criar uma liga profissional. É assim que os pais veem um caminho para as filhas e que as jogadoras decidem ser profissionais. Quando era jovem tinha o sonho de jogar pela Alemanha, mas não sabia que podia ser futebolista profissional e ganhar dinheiro.
RECORD - Uma das prioridades da UEFA é aumentar o número de países onde as raparigas jogam futebol nas escolas?
NADINE KESSLER - Temos de captar as meninas o mais cedo possível para que jogar se torne uma escolha natural. Apaixonei-me pelo futebol quando nem sequer sabia que me tinha apaixonado, foi algo inconsciente. Não foi uma escolha porque jogo futebol desde que comecei a andar. Por isso, é importante criar mais atividades e programas nas escolas.
R - E garantir o bem-estar das jogadoras?
NK - Sim, é a principal prioridade. Temos feito muito para apoiar as jogadoras no durante e pós carreira - entregámos bolsas de estudo e lançámos o programa 'The minimun standards framework for women' s national teams' [O quadro de padrões mínimos para as seleções femininas nacionais]. Outra coisa que considero muito importante para garantir que se tomam as decisões corretas é envolver as jogadoras no processo. Criámos um fórum de discussão onde abordamos temas como as lesões do LCA [ligamento cruzado anterior], o calendário e as competições e assinámos um acordo com a FIFPRO [Sindicato Internacional de Jogadores Profissionais]. Em breve, lançaremos um fórum consultivo. É fundamental que as jogadoras possam dar a sua opinião.
R - O interesse no futebol feminino tem sido cada vez maior. A UEFA pretende continuar a cativar os adeptos?
NK - O número de adeptos está a aumentar, mas pode haver ainda mais. O Euro'2021 [realizado em 2022] foi o primeiro em que tivemos adeptos a viajarem para assistirem aos jogos, cerca de 80%. Agora, 26% dos 185 mil adeptos que já compraram bilhetes para o Euro'2029 vão viajar para a Suíça. Os países começam a ter uma cultura de adeptos, mas temos de trabalhar a nível interno. Num Europeu, Mundial ou na Liga dos Campeões é mais fácil haver grandes multidões, mas precisamos de ajudar as ligas a venderem bilhetes, é aí que estão os verdadeiros adeptos. É um ponto-chave do novo plano estratégico.
R - E a profissionalização? Ainda há ligas europeias que não são 100% profissionais.
NK - É uma prioridade. Temos a consciência de que os países se encontram em fases distintas. Queremos ajudar os que pretendem dar o próximo passo para terem ligas 100% profissionais. Ainda há mulheres que também precisam de trabalhar… Queremos que os países tenham a ambição de dizer que estão a tentar criar uma liga profissional. É assim que os pais veem um caminho para as filhas e que as jogadoras decidem ser profissionais. Quando era jovem tinha o sonho de jogar pela Alemanha, mas não sabia que podia ser futebolista profissional e ganhar dinheiro.