Acabou a temporada europeia para as equipas portuguesas. O Vitória SC foi eliminado em casa pelo Real Bétis (0-4) numa derrota pesada marcada pela eficácia dos espanhóis e por erros individuais dos centrais vitorianos.
Bakambu acabou com a euforia em Guimarães aos 5´e aos 20´, golos em que Borevkovic e Mikel ficam mal na fotografia. Nélson Oliveira teve 2-1 nos pés, mas desperdiçou e, a este nível, os erros pagam-se caro. No segundo tempo, o Vitória apareceu dinâmico, mas a sagacidade bética matou os de rei ao peito. Depois de dez minutos de domínio caseiro, Antony matou o jogo em novo golo em que a defesa vitoriana fica mal na fotografia.
O Vitória europeu caiu com estrondo, mas nada apaga os 13 jogos consecutivos sem perder na Europa: um recorde para equipas portuguesas.
Bakambu acabou com as esperanças
Depois de uma resposta altamente competente em Sevilha, os Conquistadores voltaram para o Berço da Nação com a eliminatória completamente em aberto. A ilusão e a crença de continuar a epopeia europeia - que já durava há 13 jogos sem conhecer o sabor da derrota - também voltaram na mala dos vitorianos desde a Andaluzia.
Nesta segunda mão, Luís Freire repetiu a formula do Benito Villamarín, não alterando qualquer peça no esquema que iniciou o jogo em Sevilha. Já Manuel Pellegrini alterou três jogadores do onze: Natan, Perraud e Johnny Cardoso saíram, oferecendo lugar a Llorente, Ricardo Rodríguez e Fornals.
O ambiente no D.Afonso Henriques era de apoteose, mas mal Serdar Gozubuyuk apitou para o início da partida as coisas mudaram de figurino. Ao primeiro erro dos vitorianos na partida, golo do Bétis. Borevkovic tentou antecipar-se a Bakambu, perdeu a frente e o congolês arrancou para a baliza, fazendo a bola parar apenas no fundo das redes. Balde de água fria para os de Guimarães apenas com cinco minutos de jogo.
A turma de Luís Freire demorava a colocar-se confortável no jogo. Os sevilhanos fecharam-se num bloco compacto - mas não muito baixo - tapando os espaços interiores pelos quais o Vitória tanto gosta de entrar. Perante tal dificuldade vitoriana, o Bétis foi conquistando bolas em zonas altas e continuando a investida por um resultado mais tranquilo.
Isco foi sendo o chefe da casa das máquinas dos espanhóis e ampliou a desilusão vitoriana. O mágico recuperou alto, lançou para o corredor direito - desprotegido pelo Vitória - e depois de uma combinação entre Antony e Ruibal, Bakambu bisou de cabeça. Algumas culpas no cartório para Mikel, muito passivo em vários momentos da jogada.
Já com as expectativas bem mais baixas do que no início da partida, o Vitória começou a ter mais bola e teve a chance decisiva para reduzir o marcador antes do intervalo, mas Nélson Oliveira desperdiçou com a baliza escancarada. Favoritismo e superioridade dos verdiblancos confirmada ao intervalo.
Isco e Antony causaram hecatombe
Soltadas as amarras de um primeiro tempo difícil, o Vitória entrou no segundo de cara lavada e com uma energia que contagiou também as bancadas. Com Telmo Arcanjo e Maga a tomar conta da ala direita, os Conquistadores estavam dinâmicos e ofensivos.
Miguel Maga e Nélson Oliveira estiveram perto do golo, mas faltou a pontinha de eficácia à turma portuguesa. Os primeiros dez minutos foram de total domínio caseiro e, quando a equipa se mostrou disposta a arriscar mais um pouco, novo balde de água fria. Isco - completamente superlativo - descobriu Antony solto pela direita e o brasileiro fez o resto. Antony correu meio campo e bateu Varela, que sofreu três golos sem fazer qualquer defesa relevante.
Já praticamente arredado de qualquer luta pela eliminatória, o Vitória continuou a lutar pela honra, diante de um Bétis que passou a muita superioridade do papel para a prática.
Dentro dos dez minutos finais, nova facada das costas dos Conquistadores. Antony destruiu Mikel - o pior em campo - pela direita e serviu Isco para um golo que consagra uma exibição de gala do internacional espanhol. Francisco Alarcón deixou rasgos de genialidade em cada jogada que a bola passou pelos seus pés de veludo, relembrando que, apesar dos seus melhores anos já terem passado, tem futebol para dar e vender.
Acabou com estrondo a epopeia europeia do Vitória SC.