O célebre golo marcado na cobrança de um pontapé de canto por João Morais, defesa do Sporting, e que valeu a conquista da Taça das Taças, na Bélgica, contra os húngaros do MTK, a 15 de maio de 1964, fica eternizado como o cantinho do Morais.

Se fosse vivo João Morais comemorava, esta quinta-feira, 90 anos e o Sporting, através das redes sociais, não deixou a data passar em claro.

Morais descreveu assim o seu golo: «Virei-me para o banco e confirmei se era eu. O técnico acenou-me que sim. Lá fui. Peguei na bola com jeitinho, disse-lhe umas palavrinhas amigas, dei-lhe um beijinho… Depois, mal senti o pé a bater nela fiquei logo com a sensação de que seria golo. Parece que o tempo parou ali. Observei a trajectória do esférico, vi o Figueiredo a correr para o primeiro poste e o guarda-redes atrás dele para interceptar a eventual cabeçada do desvio, mas o destino estava traçado. A bola passou por cima dos dois e acabou por entrar junto ao segundo poste. Foi a euforia total, ainda para mais porque foi o golo que ditou a vitória e permitiu-nos trazer a taça. Não foi um golo de sorte. Ao longo da minha carreira marquei mais uns quantos da mesma maneira.»

Nascido em Cascais, Morais jogou no Caldas e Torreense antes de chegar ao Sporting, em 1958, onde ficou até 1969. Terminou a carreira de jogador no Rio Ave, onde ainda foi treinador das camadas jovens e acabou por radicar-se em Vila do Conde, onde arranjou emprego como funcionário da Câmara Municipal.

Faleceu a 27 de abril de 2010, vítima de doença prolongada, aos 75 anos de idade, ficando eternizado como o autor do peculiar golo que deixa o Sporting na história, por ser o único clube português detentor do troféu.