22 anos depois da primeira e nove depois da segunda, Portugal sagrou-se, pela terceira vez na sua história, campeão europeu no escalão de sub-17!

E se ainda estava encravada na garganta a derrota na final da última edição, há um ano, não há melhor terapia do que esta. O perfeito oposto desse jogo frente a Itália, mas o mesmo 3-0 no marcador.

A equipa portuguesa, comandada por Bino, foi a força soberana na noite das decisões e conseguiu chegar ao troféu, enquanto a seleção da França, dominante no resto do torneio (à exceção de um empate frente a Portugal na fase de grupos), não conseguiu formar uma resposta coerente. Indiscutível triunfo português em Tirana!

Sentido único

Anísio Cabral e Duarte Cunha, autores dos primeiros dois golos @Getty /

Tantas faixas, tanto espaço para circulação, e mesmo assim foi um jogo de sentido único. Os portugueses tiveram mais bola e melhor aproximação à baliza desde o primeiro instante, pelo que o golo começou a parecer uma questão de tempo. À marca da meia hora, chegou.

Anísio Cabral, avançado que manteve a titularidade apesar de não marcar desde o jogo inaugural da competição, mostrou-se merecedor dessa confiança ao assinar o 1-0 na sequência de um ressalto fortuito. Oito minutos depois foi ele que assistiu o segundo, marcado com requinte por Duarte Cunha. Foi um dos mais belos momentos desta caminhada vencedora.

Portugal estava confortável no jogo, mas não necessariamente relaxado. Aliás, regressou ao relvado motivado a marcar mais e conseguiu mesmo fazê-lo. A entrada de Tomás Soares levantou sobrancelhas, já que o avançado tinha marcado como suplente utilizado em três dos quatro encontros até aqui, mas acabou por ser Gil Neves a fazer o golo meros segundos depois da entrada, com um remate rasteiro. Belo passe de Bernardo Lima na origem do 3-0, marcado aos 60 minutos.

Portugal é a segunda seleção com mais títulos nesta competição (3), só superada pelos Países Baixos (4) @Getty /

Houve uma ligeira reação por parte dos bleus a partir do momento em que se apanharam a perder por três, mas não surtiu qualquer efeito. Até daí para a frente, com um jogo mais partido, o quarto golo pareceu sempre estar mais perto do que um tento de honra por parte dos franceses. O remate ao poste de Yoan Pereira foi a maior de várias boas chances, mas o marcador não voltou a mexer.

A prova do significado desta conquista está nas reações que o apito final desencadeou. Uma grande festa em Tirana, carregada de emoções fortes.

Talvez um dia, olhando para esta ficha de jogo, reconheceremos grandes vencedores do futebol sénior, mas antes disso - e de qualquer conversa sobre potencial ou o que podem ser -, apreciemos o que estes jovens são agora. É um momento para guardar.