O produto interno bruto português cresceu 1,9% em 2024, de acordo com uma estimativa do Instituto Nacional de Estatística (INE) publicada esta quinta-feira, 30 de janeiro, tendo o consumo das famílias servido de "dínamo" para a economia nacional no ano passado.

Este registo supera a maioria das projeções de instituições e até a do próprio Governo, que antecipava um crescimento de 1,8% para o ano passado.

Segundo o INE, o crescimento anual deve-se à procura interna, que "apresentou um contributo positivo para a variação anual em volume do PIB, superior ao observado no ano anterior, refletindo a aceleração das despesas de consumo final, tendo o investimento desacelerado."

"O contributo da procura externa líquida foi negativo em 2024, após ter sido positivo nos dois anos anteriores, tendo as importações de bens e serviços em volume acelerado, enquanto as exportações mantiveram um crescimento próximo do observado no ano anterior", acrescenta.

Relativamente apenas ao quarto trimestre do ano passado, o crescimento do produto interno bruto (PIB) foi de 2,7% em termos homólogos, uma aceleração face aos 2% homólogos do trimestre anterior.

"O contributo positivo da procura interna para a variação homóloga do PIB aumentou no 4.º trimestre, em resultado da aceleração do consumo privado. O contributo da procura externa líquida para a variação homóloga do PIB manteve-se negativo, refletindo o crescimento mais intenso das importações de bens e serviços em comparação com o das exportações", justifica o INE.

Já em cadeia, ou seja, entre o terceiro e quarto trimestres, nota-se mais o "salto": o crescimento do PIB foi de 1,5% de outubro a dezembro, quando, entre o segundo e terceiro trimestres, este fora de apenas 0,3%.

"O contributo positivo da procura interna para a variação em cadeia do PIB diminuiu no 4.º trimestre devido à redução do investimento, refletindo sobretudo o contributo negativo da variação de existências associado em grande medida ao comportamento dos fluxos de comércio internacional. Com efeito, as importações de bens e serviços registaram uma diminuição em cadeia no 4.º trimestre, conduzindo a um contributo positivo da procura externa líquida, após ter sido negativo nos dois trimestres anteriores", segundo o INE.