A empresa apresentou estes números numa declaração de contas provisória enviada à Bolsa de Valores de Hong Kong, na qual atribuiu a queda dos lucros "a menores rendimentos financeiros e queda no retorno dos investimentos".
No último trimestre do ano, o lucro líquido da SMIC caiu 38,4%, para 107,6 milhões de dólares (103,8 milhões de euros), embora o volume de negócios total tenha aumentado 31,5% em termos homólogos, para 2,207 mil milhões de dólares (2,13 mil milhões de euros).
Ao longo do ano, as receitas cresceram 27%, para 8,03 mil milhões de dólares (7,749 mil milhões de euros), lê-se no documento.
Olhando para o primeiro trimestre de 2025, a empresa tecnológica espera aumentar as suas receitas entre 6% e 8%, em comparação com o último trimestre de 2024, enquanto para o ano inteiro, "se não houver mudanças significativas no ambiente externo", prevê que o seu volume de negócios "cresça mais do que a média da indústria nos mesmos mercados".
De acordo com a TrendForce, a SMIC é o terceiro maior fabricante de semicondutores do mundo, com uma quota de mercado de 5,7%. Está apenas atrás da Samsung da Coreia do Sul (11,5%) e do ator dominante do setor, a TSMC de Taiwan (62,3%).
No último trimestre, a empresa obteve 89,1% das suas receitas na China, contra 80,1% no final de 2023. De acordo com a imprensa local, isto mostra o seu compromisso com o mercado doméstico, face às sanções que lhe foram impostas por Washington em 2020.
Em maio de 2024, perante a possibilidade de perder o acesso à maquinaria de fabrico de chips desenvolvida pela holandesa ASML, a consultora Counterpoint afirmou que isso teria "um impacto tangível" nas operações da SMIC, especialmente se o inventário disponível de peças de reparação fosse baixo.
No mesmo mês, as autoridades chinesas lançaram a terceira fase do "Grande Fundo", um fundo nacional destinado a desenvolver o setor dos semicondutores, avaliado em cerca de 47 mil milhões de dólares (45,3 mil milhões de euros).
O setor dos semicondutores é fundamental para a China, pois é uma das pedras angulares dos seus planos para reforçar a sua autossuficiência tecnológica e, assim, reduzir a dependência de países terceiros face à guerra comercial e a sanções impostas pelos Estados Unidos.
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