Logo que foi anunciado, o sexto aniversário da iniciativa “Big Bottle Day” promovida pelo restaurante JNcQUOI Avenida, em Lisboa, gerou tanto de surpresa, como de expectativa, mas também alguma desconfiança sobre o sucesso da proposta, inédita no mundo.
Pela primeira vez estariam disponíveis, para serviço a copo, três garrafas de grande formato do icónico Château Petrus, produzido em Pomerol, a partir de casta Merlot e por muitos considerado o melhor vinho do planeta. “Em parceria com o Château Petrus, trazemos até si três dos vinhos mais raros do mundo da coleção privada do Château: uma prova vertical de três anos diferentes - 2004, 2006 e 2007 - servida em formato de 3 litros. Junte-se a nós para celebrar este evento único no mundo do vinho. Vinhos icónicos para uma celebração icónica”, anunciava o restaurante.
Como prometido, no passado dia 7 de fevereiro, os clientes do restaurante tinham à disposição três garrafas de três litros, denominadas Double Magnum, mas também identificadas como Jeroboam, principalmente em Bordeaux, região de origem deste vinho. De anos diferentes, cada copo de Petrus estava disponível, no âmbito da “Big Bottle Day”, por €850. Foram vendidos 60 copos!
“Foi uma loucura!” começou por descrever Miguel Guedes de Sousa, partner e presidente do Grupo Amorim Luxury, proprietário da marca JNcQUOI, acrescentando que toda a equipa “ficou orgulhosa com este evento extraordinário e único no mundo”, que surpreendeu os próprios representantes da Petrus que se deslocaram ao restaurante: “Ultrapassámos todas as barreiras e eles nem queriam acreditar no que estavam a ver”. Orgulhoso do trabalho dos 14 sommeliers do grupo e do resultado alcançado, Miguel Guedes de Sousa destacou a “coragem, arrojo e loucura” do JNcQUOI e até confessou algumas dúvidas iniciais, que rapidamente desaparecer, quando os clientes “começaram a marcar mesa e, ao mesmo tempo, reservar um copo de Petrus, com receio de que quando chegassem já estivesse esgotado”. Em Portugal, a marca Château Petrus é comercializada pela empresa Garcias, que na garrafeira online dispõe de diversos anos deste vinho (garrafas de 0,75 cl), com preços entre €3.995 (ano de 1983) e €8.995 (colheita de 1989).
Por ser dia de celebração, o objetivo deste evento, garantiu Miguel Guedes de Sousa não foi “ganhar dinheiro”, antes “oferecer aos nossos clientes uma oportunidade única de provar vinhos excecionais, internacionais e nacionais, entre os quais alguns dos mais raros e exclusivos do mundo”. E de uma forma quase democrática, a iniciativa já serviu copos desde €9.
Para harmonizar com este exclusivo vinho francês, com produção iniciada em 1945, foram desenvolvidos propositadamente diversos pratos pelos chefs António Bóia e Filipe Carvalho: “Jacinto Cut", maturado com trufa preta, “Bife Pimenta”, com trufa preta e opção de puré trufado ou batata frita, e “Tornedó Morilles”, também com trufa preta.
Marca registada, a “Big Bottle Day” decorre todas as sextas-feiras e teve início em fevereiro de 2019. Desde essa data já foram abertas mais de 300 garrafas de grande formato (entre 6 e 18 litros), incluindo “alguns dos mais raros e exclusivos vinhos do mundo”. Como referência, em 2024, o aniversário da iniciativa tinha levado à mesa cinco garrafas de seis litros, referenciadas como Mathusalem, com uma pontuação perfeita de 100/100, distinguidas por Robert Parker: Château Cos d'Estournel (2016), Château Pichon Comtesse Lalande (2016), Château Canon (2020), Château de Beaucastel Hommage Jacques Perrin (2019) e Château Pavie (2016).
Recuando ao primeiro mês da iniciativa foram servidos, a copo, a partir de garrafas de grande formato Château Haut-Brion 2004, Quinta do Crasto Reserva Vinhas Velhas 2012, Bollinger Special Cuvée e Quinta da Leda. Na semana anterior ao sexto aniversário, o JNcQUOI Avenida tinha servido uma edição especial do Barca Velha Tinto 2015, com cada copo a custar €155.
Quanto ao futuro da iniciativa e depois deste marco histórico, que “coloca Lisboa e Portugal no topo da cultura vínica mundial”, Miguel Guedes de Sousa garante que o JNcQUOI Avenida vai “continuar a surpreender”, não só na oferta vínica, mas assumindo-se também como uma grande montra da cozinha portuguesa tradicional, ao convidar regularmente restaurantes de referência de vários pontos do país a mostrarem as diferentes especialidades na capital, ao mesmo tempo que vai continuar a receber chefs internacionais de renome.
Sobre o restaurante JNcQUOI Avenida (Avenida da Liberdade, 182-184, Lisboa. Tel. 219369900), premiado em abril de 2024, com Garfo de Ouro, pode ler-se no Guia Boa Cama Boa Mesa: “Carpaccio de gamba branca do Algarve” ou “Caviar Beluga”? “Ceviche de robalo com lima” ou “Lingueirão de cebolada”? “Terrina de foie gras de pato” ou “Royal de marisco”? Estas são apenas parte das opções de entradas apresentadas por este restaurante único, que funde elegância e cosmopolitismo com uma cozinha de eleição, ingredientes da melhor qualidade, confeção apurada e serviço exemplar, desde a receção até à equipa de sommeliers, que gere uma garrafeira única. A cozinha liderada por António Bóia é universal, ainda que com forte matriz tradicional. Mas, tal como as tendências do universo JNcQUOI, está aberta ao mundo, que aqui tanto pode ser uma semana com um restaurante regional convidado, até à presença de um chef internacional. A imensa oferta da ementa revela essa dualidade, oscilando entre a famosa “Paletilha com arroz de forno e grelos” e os internacionais “Chateubriand” e “Linguado Meunière”. Carnes de excelência são servidas em vários cortes, mas concorrem com o elogiado “Bacalhau gratinado à Boia”. No pisoinferior o Delibar é opção descontraída ao balcão. Preço médio: €90.
