
De acordo com o documento, hoje apresentado, três das vítimas mortais foram registadas na cidade alemã de Solingen.
O relatório avança que se registaram novas tendências na atividade terrorista na Europa, onde se observou um "modelo de terrorismo de baixo impacto" e um aumento das ações letais do EI-k, um ramo do grupo extremista Estado Islâmico.
Por outro lado, os dados mostraram um aumento de alvos israelitas e judeus na Europa e um crescente envolvimento de menores no planeamento ou atividade terrorista.
"O papel dos menores nas atividades 'jihadistas' [ligadas à chamada guerra santa do Islão] é muito amplo", refere a OIET no anuário de 2024, produzido em colaboração com a Comissão Geral de Informação, a Polícia Nacional espanhola e o Gabinete de Informação da Guarda Civil.
Os investigadores apontam que "há menores que demonstram claramente vontade de cometer atentados terroristas e outros que concentram a sua atividade nos meios 'online', desenvolvendo formas de captação e doutrinamento de terceiros, além de divulgarem propaganda" associada ao pensamento fundamentalista islamita.
Segundo a OIET, França foi o país da Europa ocidental onde foram registados mais atentados 'jihadistas' entre 2018 e 2024, contabilizando 22 ataques (35% do total) e 26 mortos (40%), enquanto Espanha bateu um novo recorde de condenações contra o 'jihadismo' desde o ataque de 11 de março de 2004.
Das 81 pessoas enviadas para a prisão em Espanha, 11 eram menores e nove eram mulheres, sublinham os investigadores, referindo que, em 2024, verificou-se uma redução da idade média dos detidos, sendo que a média dos condenados tinha entre 18 e 24 anos.
Além disso, as 15 nacionalidades diferentes registadas entre os detidos mostram a existência de "uma cada vez maior diversidade de perfis 'jihadistas'", refere o relatório.
"O terrorismo é, cada vez mais, uma realidade generalizada e política", aponta o relatório, dando como exemplo "a exploração da causa palestiniana e o ódio contra Israel propagados por organizações 'jihadistas' como a Al-Qaida e especialmente o Estado Islâmico".
As duas organizações foram responsáveis por vários dos atentados registados na Europa Ocidental no último ano, lembrou o observatório.
De referir ainda que as 49 operações contra o 'jihadismo' realizadas no ano passado representam o número mais elevado de ações policiais contra terroristas desde que há registos, com exceção do ano 2017.
"A província de Barcelona destacou-se como o principal foco da luta contra o 'jihadismo' em Espanha, com 14 operações", aponta o documento.
"O facto de mais de 70% dos detidos terem como referência a ideologia que emana do Estado Islâmico continua a refletir que, apesar do desaparecimento do califado 'jihadista', a sua capacidade de conquistar novos membros para a causa permanece intacta", conclui a OIET.
De forma mais abrangente, o documento refere que o número de ações terroristas caiu 22% em todo o mundo face a 2023, mas o número de vítimas mortais aumentou "consideravelmente, devido à elevada letalidade [dos ataques], especialmente em África".
Segundo os dados, o impacto do 'jihadismo' foi sentido sobretudo em países africanos como o Burkina Faso, que concentrou, no ano passado, metade dos 10 atentados mais mortais, como foi o caso do registado em agosto, quando morreram 310 pessoas numa emboscada do grupo Jama'at Nusrat al-Islam wal-Muslimin (JNIM), que se assume como o braço oficial da Al-Qaida no Mali.
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