
O Governo francês disse ontem que os europeus estão a preparar novas sanções contra a Rússia, que esperam coordenar com os Estados Unidos, caso Moscovo continue a recusar qualquer cessar-fogo na Ucrânia.
Numa entrevista à agência de notícias francesa AFP, o chefe da diplomacia francesa, Jean-Noël Barrot, revelou ontem que esteve a conversar com o senador republicano norte-americano Lindsey Graham, um dos responsáveis pela proposta apresentada em abril no Congresso norte-americano que prevê tarifas de 500% a produtos de países que comprem petróleo, gás e urânio à Rússia até que Moscovo negoceie um cessar-fogo.
"Nós, europeus, vamos acompanhar esta iniciativa americana com um 17º pacote de sanções, e eu comprometi-me ontem (quarta-feira) com Lindsey Graham a tentar coordenar estes dois pacotes de sanções, tanto em termos de substância como de calendário", disse o ministro francês.
Na mesma entrevista à AFP, Jean-Noël Barrot defendeu que o Presidente russo, Vladimir Putin, é o "único obstáculo à paz na Ucrânia", uma declaração feita um dia após Washington e Kiev terem assinado um acordo sobre a exploração dos minerais raros presentes no território ucraniano.
O ministro disse que a Ucrânia "cumpriu a sua parte do acordo", tendo aceitado um "cessar-fogo incondicional" e concordado em concluir um acordo sobre minerais críticos com os Estados Unidos, enquanto Vladimir Putin "não fez qualquer esforço" no sentido de um cessar-fogo.
O chefe da diplomacia francesa não excluiu a possibilidade de França, que disse ter "experiência" em terras raras, poder igualmente concluir um acordo económico com a Ucrânia.
A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de fevereiro de 2022.
Os aliados de Kiev também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.