
O exército israelita matou dois jornalistas na Faixa de Gaza, incluindo os três filhos e a mulher de um deles, informaram hoje fontes locais, elevando para mais de 230 os trabalhadores dos 'media' assassinados desde outubro de 2023.
As vítimas são Husam Al Adlouni, morto no domingo à noite juntamente com a mulher e três filhos, num bombardeamento contra uma tenda que abrigava pessoas deslocadas, na zona de Al Mawasi, noroeste de Khan Younis, indicou o Centro Palestiniano de Proteção dos Jornalistas na rede social X.
Também o jornalista Fadi Khalifa foi morto num outro bombardeamento israelita quando inspecionava a casa onde vivia, no bairro de Zeitun, a sudeste do norte da cidade de Gaza, informou a agência de notícias oficial palestiniana Wafa.
Estas mortes seguem-se ao assassínio de Ahmed Abu Aisha, correspondente da Palestine Today TV, há três dias, depois de ter sido alvo de um 'drone' israelita, quando se encontrava à porta de casa, a oeste do campo de Nuseirat, no centro da Faixa de Gaza.
O número de jornalistas mortos em Gaza totaliza 231, de acordo com o registo do governo controlado pelo Hamas, que inclui escritores, radialistas, operadores de câmara e influenciadores.
A morte destes profissionais, juntamente com a proibição de Israel de permitir a entrada da imprensa estrangeira na Faixa de Gaza, torna difícil a cobertura e a informação sobre o massacre que Israel continua a perpetrar em Gaza, onde já foram mortas mais de 58 mil pessoas, escreveu a agência de notícias espanhola Efe.
IDF diz ter matado combatentes do Hamas
O exército israelita afirmou ter matado, nas duas útimas semanas, oito combatentes das Brigadas Ezeldin al-Qassam, braço armado do Hamas, e um da Jihad Islâmica, em ataques aéreos separados na Faixa de Gaza.
As Forças de Defesa de Israel (IDF) indicaram em comunicado, no domingo, que os "nove terroristas" mortos em ataques conduzidos pelo Comando Sul e pela agência de inteligência israelita Shin Bet estavam a trabalhar para "restaurar a capacidade militar" das respetivas organizações.
Do lado do Hamas, as IDF identificaram Muhamad Abu Awad, responsável pelo desenvolvimento de mísseis de precisão, Bilal Abu Shija, Taysir Sharim e Mustafa Dabash, envolvidos na produção de armas, e Mander Salmi, que "impulsionou significativamente o desenvolvimento militar do Hamas em Gaza".
Entre os membros do Hamas mortos contam-se ainda Bilal Salem e Ahmed Abu Shalama, chefes de várias equipas de informação militar, e Mustafa Rabia Sahuil, acusado de envolvimento "na transferência de milhões de dólares de fundos terroristas para a organização".
Entretanto, as forças israelitas também mataram Muhamad al-Biouk, envolvido na produção de armas da Jihad Islâmica, refere-se na nota.
O exército israelita reiterou que está a trabalhar com a Shin Bet "para minar sistematicamente as tentativas das organizações terroristas de restaurar as suas capacidades militares".
Neste sentido, garantiu que está a "vigiar os comandantes responsáveis pelas operações".