
"A minha primeira vitória [no circuito principal da Liga Mundial de Surf (WSL)] foi em Saquarema [2023], no Brasil, e agora foi aqui, na minha segunda casa. Portugal é um lugar em que acho que todos os brasileiros se sentem muito bem. A gente é muito bem recebida aqui. Estou muito feliz", afirmou aos jornalistas o atleta de 28 anos.
Na final, na Praia de Supertubos, que, segundo a organização, contou com a passagem de 42 mil pessoas, e com uma forte 'claque' de apoio 'verde e amarela', Yago Dora bateu o compatriota Ítalo Ferreira, fazendo 13,37 pontos (em 20 possíveis) nas duas melhores ondas (6,70 e 6,67), enquanto o adversário, líder do ranking mundial, marcou 12,43 (7,43 e 5,00).
"Portugal é um lugar especial para mim, sempre foi. Sempre senti que tinha algo especial guardado para mim aqui. E hoje aconteceu. O Ítalo é uma inspiração para mim. Ele é um guerreiro, é um competidor incrível. E ter compartilhado a final com ele e sair com a vitória é uma honra para mim", sublinhou.
Isto, depois de ambos os atletas terem dado um forte abraço no final da bateria decisiva, antes da cerimónia de entrega dos prémios.
"A gente sabe que todo mundo tem o seu momento. E eu abracei ele na vitória dele em Saquarema, que a gente compartilhou uma final lá [2024]. E agora que eu venci, ele veio me abraçar. Um puxando o outro. E a gente é adversário. Claro que a gente quer nossos objetivos pessoais. Mas é muito bom você ver que os outros também respeitam e admiram o seu trabalho. É muito legal", assinalou.
Ao conquistar o Meo Rip Curl Pro Portugal, terceira etapa do circuito mundial, Yago Dora disparou 11 posições na classificação da temporada, ficando no quarto posto, enquanto Ítalo Ferreira, campeão mundial em 2019, e vencedor em Peniche em 2018 e 2019, mantém a 'lycra amarela' de líder.
Yago Dora, que impediu que Ítalo Ferreira se tornasse o primeiro tricampeão de provas em Portugal, é o sexto surfista 'canarinho' a levantar o troféu em Supertubos, juntando-se a Adriano de Souza (2011), Filipe Toledo (2015), Gabriel Medina (2017), Ítalo Ferreira (2018 e 2019) e João Chianca (2023).
Antes de a prova portuguesa da elite mundial ser disputada em Peniche, algo que acontece desde 2009, nenhum surfista brasileiro tinha vencido em Portugal.
O Meo Rip Curl Pro Portugal, terceira etapa - e única da Europa - do circuito principal da WSL, começou em 15 de março e terminou hoje na Praia de Supertubos, em Peniche.
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