À entrada para a última jornada da Liga 2024/25, há a real possibilidade de Sporting e Benfica – os dois primeiros classificados do campeonato – terminarem com os mesmos pontos. Para isso, basta haver o mesmo resultado em Alvalade e em Braga.

Tal situação não só seria inédita no século XXI, como também na era da vitória a valer três pontos (iniciada em 1995), assim como nos últimos 47 anos de história do campeonato português.

Assim, com a possibilidade de algo tão raro ocorrer, A BOLA traz-lhe as outras sete ocasiões em que campeão e vice-campeão terminaram com os mesmos pontos.

1937/38 

Na última edição da Liga Experimental, realizada em paralelo com o Campeonato de Portugal, que viria a originar o campeonato como hoje o conhecemos, o Benfica conquistou o tricampeonato após uma campanha quase perfeita (só perdeu com o Belenenses). Terminou com os mesmos 23 pontos do que o FC Porto, que batera por 3-1 em casa e empatara (2-2) na Cidade Invicta.  

A título de curiosidade, o campeão marcou 34 golos nesta edição do campeonato... tantos quanto aqueles que Fernando Peyroteo apontou, mas que não impediram o Sporting de ficar a um ponto dos dois primeiros.  

1947/48 

A meio da era dourada dos Cinco Violinos, o Sporting conquistou o segundo de sete campeonatos no espaço de oito anos, terminando com os mesmos 41 pontos do Benfica nesta época atípica em termos de resultados obtidos em casa dos rivais. Isto porque as águias ganharam no Campo Grande por 3-1, mas perderam em casa por 1-4. 

Nesta época (englobando Taça de Portugal), Peyroteo, Manuel Vasques, Jesus Correira, José Travassos e Albano fizeram 101 dos 115 golos que o Sporting marcou.  

1954/55 

Entramos agora na peculiar década de 1950, na qual os dois primeiros classificados terminaram empatados, em pontos, quatro vezes. A primeira, coincidiu também com a única vez na história em que houve troca de líderes na última jornada (algo que pode acontecer este sábado). 

O Sporting visitava o líder Belenenses, que tinha mais um ponto do que o Benfica. Os azuis venciam por 2-1 até que Martins fez o golo do empate a quatro minutos do fim e entregou o título ao grande rival, que venceu o Atlético por 3-0. Os dois primeiros ficaram com 39 pontos, mais dois do que os leões. 

1955/56 

Após um jejum de 16 anos, o FC Porto voltou a subir ao pináculo do futebol nacional, terminando com os mesmos 43 pontos que o Benfica, que bateu por 3-0 em casa, e empatou (1-1) em Lisboa. 

Este título foi alcançado muito graças às contribuições de dois brasileiros: o treinador Dorival Yutrich e o avançado Jabúru, que fez 30 golos em 29 jogos na época de estreia pelos dragões. 

1957/58  

O único caso que não envolve o Benfica, nesta época a supremacia nacional foi disputada entre FC Porto e Sporting, com o título a acabar por sorrir aos leões, naquele que foi o último de oito campeonatos de José Travassos.  

O desempate foi feito, mais uma vez, no confronto direto, com os leões a fazerem valer a vitória caseira por 3-0 para anular a derrota por 1-2 na Cidade Invicta.  

1958/59 

FC Porto e Benfica entraram na última jornada com igualdade nos pontos... e no confronto direto (1-1 em Lisboa e 0-0 no Porto).  

O campeonato decidia-se na diferença de golos e apesar de o Benfica golear a CUF por 7-1 (no polémico jogo arbitrado por Inocêncio Calabote, que marcou três penáltis para as águias), a vitória azul e branca sobre o Torreense (3-0) chegou para o FC Porto ser campeão.  

1977/78 

Título esse que só revalidou 19 anos depois, o maior jejum da história do clube. E mais uma vez, acabou com os mesmos pontos que o Benfica, assim como em igualdade no confronto direto, após dois empates nos duelos entre ambos. 

A equipa de José Maria Pedroto foi, no entanto, a mais goleadora, o que lhe permitiu celebrar o tão ansiado título.